terça-feira, junho 19, 2007

Chico Buarque. Vida longa para o Chico!!!

















No dia 19 de junho de 1944 nasceu Chico Buarque de Hollanda. Carioca, filho de historiador e sociólogo e de uma pianista amadora. Pois é, deu uma química maravilhosa- é um dos brasileiros que eu mais admiro, não só pelo talento, extraordinário, mas pela sua postura diante da vida. É charmoso, bonito, e tem os olhos mais lindos que eu já vi, de um azul indescritível. Chico tem talento múltiplo: sabe fazer músicas e escrever, além de driblar a mídia :) Aliás, ele caminha, freqüenta restaurantes na zona sul do Rio e ninguém chateia. Já o vi em várias ocasiões. Quando eu era aluna da PUC ele passava de carro com as meninas pequenas, ele as levava para o colégio, que ficava ali atrás da PUC. Uma outra foi numa apresentação das filhas, ainda meninas, num final de ano de um curso de dança, ele estava lá atrás próximo das cortinas do Teatro, é sempre discreto.
Viva Chico! Vida longa para o Buarque!

Update: Ana Maria, minha querida amiga, me escreveu e perguntou se era uma historinha do repertório dela também. Sim, ela dançou naquele dia, no segundo ato, portanto...
A Escola é a de Carlota Portela. Ela me lembrou, eu não lembrava mais- ainda faz sucesso no Rio.
O Teatro era o do Hotel Naciomal, projeto de Niemeyer.

Mais Chico neste post, ou neste onde você lê cartas dele, ou na página do músico UOL.

Ouça aqui
uma das músicas mais lindas dele: "O que será, a flor da pele". Não conheço outra que fale tão bem da paixão. Existem muitas, eu sei, mas esta...

Ou veja no Youtube o vídeo imperdível.

O Que Será (À Flor da Pele)

O que será que me dá
Que me bole por dentro, será que me dá
Que brota à flor da pele, será que me dá
E que me sobe às faces e me faz corar
E que me salta aos olhos a me atraiçoar
E que me aperta o peito e me faz confessar
O que não tem mais jeito de dissimular
E que nem é direito ninguém recusar
E que me faz mendigo, me faz suplicar
O que não tem medida, nem nunca terá
O que não tem remédio, nem nunca terá
O que não tem receita

O que será que será
Que dá dentro da gente e que não devia
Que desacata a gente, que é revelia
Que é feito uma aguardente que não sacia
Que é feito estar doente de uma folia
Que nem dez mandamentos vão conciliar
Nem todos os ungüentos vão aliviar
Nem todos os quebrantos, toda alquimia
Que nem todos os santos, será que será
O que não tem descanso, nem nunca terá
O que não tem cansaço, nem nunca terá
O que não tem limite

O que será que me dá
Que me queima por dentro, será que me dá
Que me perturba o sono, será que me dá
Que todos os ardores me vêm atiçar
Que todos os tremores me vêm agitar
E todos os suores me vêm encharcar
E todos os meus nervos estão a rogar
E todos os meus órgãos estão a clamar
E uma aflição medonha me faz implorar
O que não tem vergonha, nem nunca terá
O que não tem governo, nem nunca terá
O que não tem juízo

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