domingo, maio 20, 2007

Mini conto "Tu me acostumbraste"
























Eu vi o filme "Babel", comentei ai embaixo, então fiz isto:

"Tu me acostumbraste"

Ele disse, voz firme, mas sem rancor:
-Refaça sua vida, por favor, eu refiz a minha.
Minha voz apagou-se.
Desde aquela manhã vertem lágrimas de meus olhos. Não contenho, envergonho-me, evito sair.
Não encontro alívio. Meus sonhos são invadidos pela sua imagem.
Sou prisioneira. Os grilhões, antes consentidos, agora doem. Só ele pode soltar-me.
Com que palavra ou gesto me libertaria?

Ai, alguém me disse que preferia os continhos e eu fiz este:

Pediria (título???)

Telefonei saudosa, ele disse, então, com voz firme, mas sem rancor:
-Refaça sua vida, por favor, eu refiz a minha.
Minha voz apagou-se.
Desde aquela tarde vertem lágrimas de meus olhos todas as manhãs. Não contenho, envergonho-me pelos olhos inchados, evito sair. Ele invadiu o meu pensamento, qual onda gigante.
Não encontro alívio. Demoro para deitar, anestesio-me com imagens na TV, apenas imagens, não ouço o que dizem. Poderia deixar sem som, mas prefiro assim, a TV a me embalar, mesmo longe deixo-a ligada.
Nas madrugadas sua imagem me persegue.
Sou prisioneira. Os grilhões, antes consentidos, agora doem. Quero me livrar, ao mesmo tempo adivinho o vazio, o buraco. Pediria, se pudesse, para que me engane, diga qualquer coisa que me alivie. Molhe meus lábios.

Ele sabe a palavra ou gesto que me resgataria. Basta querer.

(Esta última frase pode sair, não é? eu fiz agora, preciso mandar revisar).

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