Retrato de Clarice feito por Carlos Scliar
Poucos livros me fizeram chorar, os livros de Clarice me levam às lágrimas, me vejo no que diz. Conheço aquela tristeza.
Morreu num dia 9 de dezembro, um dia antes de fazer 57 anos, tinha um câncer, não sabia. Fazia planos. Vaidosa, não deixou que amigos a vissem doente. Uma mulher sensível e extraordinária. Melhor não falar de Clarice, melhor ler Clarice. Quem não leu, leia, pegue os romances, se não gosta de muita introspecção. Veja "A hora da estrela", filme maravilhoso, com Marcélia Cartaxo, excelente atriz, não a vi mais, uma pena. Há uma cena em que ela pede um comprimido para dor, a outra pessoa pergunta onde dói, ela responde que dói tudo. Dor pela exclusão, pelo desamor, por tudo. É mais ou menos isto, não lembro mais. Mas nunca esqueci de Macabéia.
Este vídeo é uma delícia e não dói.
Esta entrevista com Clarice me deixou muito triste. Fiquei melancólica, nem quis ver de novo. É impressionante a tristeza dela. Uma pena.
Eu já fiz alguns posts que falam de Clarice, leiam aqui, se quiserem.
Aqui vocês lêem um papo dela com Tom Jobim. Aqui eu coloquei link para a entrevista em julho.
Leiam Clarice:
Sou assombrada...
"Sou assombrada pelos meus fantasmas, pelo que é mítico e fantástico - a vida é sobrenatural. E eu caminho em corda bamba até o limite de meu sonho. As vísceras torturadas pela voluptuosidade me guiam, fúria dos impulsos. Antes de me organizar, tenho que me desorganizar internamente. Para experimentar o primeiro e passageiro estado primário de liberdade. Da liberdade de errar, cair e levantar-me."
Clarice, sempre Clarice.
Bela Clarice.
Eu tenho uma linda sobrinha Clarice, assim com C em homenagem à Clarice maior. Ela fez aniversário outro dia e lhe dei um livro infantil escrito por Clarice Lispector. Leiam o que ela diz aqui.
Este post faz parte da blogagem coletiva, organizada por Cris Penaforte, fui convidada por Lino.
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