domingo, outubro 22, 2006

Inútil paisagem.























Foto gentilmente cedida pelo amigo Fernando do blog número 12.


Lendo a revista "Piauí" me identifiquei com Ivan Lessa. Amo o Rio, mas sinto exatamente isto, "Inutil Paisagem". Não vou encontrar ali o que busco, antes já não encontrava. Quero ir, mas tenho medo de ficar mais melancólica. Acho, como ele diz, que quando se sai de um lugar não se deve olhar pra trás. Eu faço isto, insisto, mas sei que é preciso romper. A paisagem daqui é bonita, mas eu ainda sonho com a do Rio. Fora a metófora, vivo a pensar sobre isto.
Sou masoquista, quem sabe. Preferia pisar na areia conhecida. A água mais fria, será?
A revista é ótima mesmo, comprem que vale a pena. O artigo- crônica- de Ivan Lessa está ótimo. Tudo que li até agora foi bom.
Tem um conto de Rubem Fonseca que lembra os meus, a personagem é feminina e, engraçado, ela se queixa de sentir algo na garganta e os médicos não vêem nada ali que justifique isto, eu tem épocas que sinto isto na garganta, como se tivesse algo ali preso, seria um nó? prefiro me analisar e pensar o que foi que eu não disse que ficou entalado ali? Um dia passa, é estranho isto.
Vocês devem ter notado que meu blog está diferente, tem mais contos. Fico pensando nisto e para quem eu escrevo aqui. Eu acho que sei a resposta.
Li outro dia sobre isto. Leiam aqui:
Para quem escreve Orhan Pamuk?
E eu?
E você? Responda.


Vocês já ouviram "Inútil Paisagem" na voz de Elis Regina? ouçam aqui

Ou aqui na voz de outros.

Inutil Paisagem

Tom Jobim/Aloysio de Oliveira

Mas pra que
Pra que tanto céu
Pra que tanto mar,
Pra que
De que serve esta onda que quebra
E o vento da tarde
De que serve a tarde
Inútil paisagem
Pode ser
Que não venhas mais
Que não venhas nunca mais
De que servem as flores que nascem
Pelo caminho
Se o meu caminho
Sozinho é nada
É nada
É nada

Nenhum comentário: