quarta-feira, dezembro 19, 2012

Cenas da vida cotidiana








Fui á cabeleireira- vou uma vez por mês para cortar- pinto em casa.
Hoje fui para dar uma alisada com estes produtos novos. Atualmente detesto meu cabelo curto crespo- já usei crespíssimo, mas bem maior, olho para trás e penso como era ousada usando aquele cabelo- devo ter assustado muita gente. Mas vamos mudar de assunto.
Lá, havia uma mocinha sentada, quietinha, fingia ler revistas. Perguntei para A. se era sua sobrinha: “Não, é mulher do meu irmão.” A menina tem 16 anos e está há um ano casada ou “casada”, não sei. Imagino que o marido deva ter lá por 40 anos, veio para cá porque é jurado de morte.
A história é trágica: dois irmãos de A. foram assassinados por uma das irmãs por causa de terras- a avó deixou como herança muitos hectares. O pai de A. atropelou a filha assassina. Morreu pouco depois do coração. Mas os crimes podem recomeçar- alguém segue a linha da irmã má.
O marido da moça veio do interior e está sem trabalho- era fazendeiro- vendeu tudo, quer ser jardineiro, porque gosta de mato, terra plantas. Não tem instrução.
Escrevo sem elaborar o que conto, deem desconto- também não sei se a história é exatamente esta. Não quis perguntar muito sobre, para não perturbar a cabeleireira, que é uma pessoa sensível- há dias em que está perturbada, diz que está nervosa- também...

Enquanto eu estava sendo atendida, chegou uma grávida, entrou dizendo: “Hoje é a cesariana!”. A. não ouviu, eu perguntei: “Você vai ter o bebê hoje?”.
Ela contou que se internaria às 18 horas e a cirurgia seria às 20 horas. É uma jovem linda, bem cuidada e preocupadíssima com a sua aparência- eu ri quando a mãe dela disse que colocariam uma toca em sua cabeça assim que chegasse no hospital. Lembrei da força que se faz e tal, mas ela fará cesária. É o primeiro filho, tem 23 anos. O marido deve ter uns 38-40 anos e, como ela disse: “O chamam de Jack Chan, aquele japonês”. Parece mesmo. Eu disse que sabia quem era e que ele era chinês, mesmo, e filho de Charlie Chan- outro famoso. Contei para meu filho, que é fã dos filmes do chinês e ele riu dizendo que aconteceram muitas coisas lá hoje. E, olha, que fique apenas 2 horas.
Tem mais: A. está com o braço roxo. Perguntei onde machucou,(eu a conheço há 10 anos, tenho liberdade para), respondeu que foi a sobrinha que apertou demais- a moça de uns 20 anos- e estava ao lado fazendo uma escova no belo cabelo da grávida. Não sei se ela ouviu. A. disse que mandou que ela tirasse o prato da mesa- moram juntas- e ela a atacou, puxou cabelos... Depois, longe da sobrinha, eu disse que ela não podia deixar acontecer isso, que a mandasse embora, disse que a outra não quer ir e que paga tudo direitinho para ela- é uma “funcionária” rebelde- não usa uniforme- estava de short. A é muito frágil, muito imatura, mesmo com mais de 40 anos. Sempre saio de lá com histórias para contar.
Desvalorização é triste.
Ah! O tal produto tirou a cor do meu cabelo, o avermelhado. A. me avisou que aconteceria. Está mais para louro cinza- nunca fui loura, tenho vontade de deixar grisalho- acho chic, quando bem cuidado. Gosto. Falta a coragem para descolorir todo e enfrentar os cinzas.


Um comentário:

Anônimo disse...

marcou cesária e cabeleireiro no mesmo dia? hahaha é cada qual com suas loucuras cotidianas!
madoka