A vida
intriga, surpreende. Depois de mais de vinte anos o ex. apareceu para visitar os filhos
e foi agradável.
Esteve treze
dias aqui, fez tudo para nos agradar: cozinhou todos os dias comidas
deliciosas, fez panetone e pastas com molhos diversos- o preferido e repetido
de manjericão- ao presto.
O melhor foi a mudança de hábitos: parou de beber, fumar,
dorme mais cedo, acorda idem e lê muito. Eu já sabia que estava diferente, mas
não havia visto de perto- sabe como é...
Nestes vinte
anos, estudou sociologia, história da arte e política. Está mais agradável para
conversar.
Bom, não
fiquem a pensar que rolou algo mais, não senti desejo nenhum de estar junto,
mas confesso que foi agradável tê-lo por perto. Estávamos bem afinados. Um dia,
jantando com os filhos e ele eu disse: “A família perfeita, aquela que não
existe”. É isso ai.
Ah! Ele tem
uma mulher, vivem há sete anos juntos, acho. Não têm filhos. O que nos
aproximou foram os filhos, se não os tivesse, jamais o encontraria, tal a
ojeriza. Agora incomodou muito pouco, mas senti déjà- vu quando ele nos fazia
esperar para jantar sem poder beliscar nada antes- é controlador e
centralizador- tudo gira em torno dele- o narciso rs. Está mais velho, mas
ainda sedutor e cheio de galanteios- como quando o conheci num dia de agosto de
1987, no enterro do meu querido Carlos Drummond de Andrade.
PS: Por que o Dersu ai? Porque eu dizia que não queria cães aqui de forma alguma. Tai, é impossível não gostar dele, é um bichinho carente e encantador.
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