sexta-feira, outubro 26, 2012

O sonho com a duna branca e lembranças...







Sonho que dirijo só e numa encruzilhada não tenho certeza para que lado devo seguir. Viro à direita e a estrada, coberta de areia, faz o carro capotar. Olho da estrada e o vejo no alto de uma duna. Algumas pessoas por perto dizem que é perigoso cair e pegar fogo. Eu o puxo com algo, ele cai e começa a queimar um fio de gasolina que está no chão. O carro está levemente machucado, mas não destruído.

As dunas lembram Cabo Frio, no sonho eu me dirigia para lá, eu acho. Dunas brancas altas, como da estrada do Arraial do Cabo.

Tive um sonho com meu pai também, mas não lembro... tenho lembrado muito dele, a presença da mãe, reforça.

Hoje eu lembrei de uma vez, contei para Dan, que quando menina, um homem subiu no telhado de nossa casa. Fez um estrondo. Quebrou telhas. Meu pai deu tiros para o alto. Pela manhã descobrimos um homem nu- fugitivo de um hospital psiquiátrico, foi levado de volta. Dormia no telhado, coitado.

Minha mãe, debochando do meu pai,- adora desmoralizá-lo-,  disse que ele era metido à valente e dava tiros para cima, quando percebia movimento no quintal. Isso foi na década de 60, final de 50. Imaginem Curitiba cheia de quintais com árvores frutíferas e ladrões de galinhas. Minha avó paterna, ao lado, criava algumas, que matava diante dos nossos olhos assustados, rodando o pescoço das infelizes, até morrerem. depois vinha o cheiro forte das penas banhadas em água fervendo. Argh! De tardinha vinha a ‘carrocinha’ que pegava os cães soltos para fazer sabão. Era uma correria para recolher a Bolinha, cadelinha da avó...

A vida era mais violenta antes ou agora? Apenas mudou o foco, acho. Hoje a morte dos Homens banalizou-se. Não se atiram para o alto e ladrões fogem- atira-se a queima roupa- mata-se. (Meu pai era militar, na época coronel, ou major, não sei, em 61 foi para a reserva como general).

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