quinta-feira, janeiro 14, 2010

A torre


Chocada com a morte de Zilda Arns e com o sofrimento do povo do Haiti.
Estas coisas me abalam. Quando houve o tsunami na Ásia fiquei péssima. Tenho uma sensibilidade grande em relação aos outros, talvez exagerada. Não posso evitar. Penso no Patinho, meu amigo no Caribe, em Santo Domingo- vive à beira mar- uma casa linda. Ele é arquiteto e fez uma casa graciosa, funcional... Já está preparada para os furacões- passam muitos por lá, mas tremores de terra... Talvez na areia as construções se acomodem melhor- foi o que meu filho disse daqui- eu moro no que poderia ser uma duna- ou é, não sei.
O meu muro tem fissuras- o mestre de obras disse que depois de um ano a terra se acomoda- antes não adianta consertar.

Ontem fui ao shopping mais próximo pagar contas- aquele que eu gostava de ir. Não tenho mais vontade de sair. Estava lotado de crianças, gente demais. Sai e fui tomar um açaí com meu filho na rua.
Nem a livraria escapa do barulho- ambiente de cafeteria com ruídos demais é insuportável.

Ok, sou uma chata, o Jôka já disse outro dia- 'chata pra dedéu'- ele se referia ao BBB10, que eu não quero nem olhar. Os últimos eu não vi, nem sei quem são os BBBs- no início eu tinha uma certa curiosidade, mesmo achando aquilo uma coisa estranhíssima- como sou observadora e gosto de ver o comportamento dos outros- óbvio.

Mudanças externas acontecem: mudei de sala- consultório- minha mãe está aqui-grande mudança- e dispensei a faxineira de anos- Bethânia- para contratar uma funcionária fixa. É aquela que vinha aos sábados. Fala o dia todo, mas eu gosto muito dela. Fala sozinha.

Será bom, eu sei. Estava exausta de ter que tomar conta de tudo. Ainda estamos em fase de adaptação. Ela gosta de fazer comidas engorduradas- eu não suporto, aqui é tudo quase sem óleo, carnes magras... Trabalhava para uma enfermeira há mais de 20 anos e era tratada com muita rigidez- tenho pena.

Ontem estava gripada, eu disse que voltasse para casa, não quis voltar. Eu recomendei que não lavasse nada para não se molhar. Quando vi estava descalça lavando o banheiro- passou a noite tossindo- não sabe se cuidar, faltou cuidado para com ela, trata seu corpo como instrumento de trabalho- só. Diz que ao chegar em casa nem senta para lanchar, não tem tempo- não consegue parar. Triste isto, quero ver se consigo que se cuide.

É uma mulher bonita, quarenta e poucos anos, mas as pernas são doentes- cheias de varizes- esconde com saias longas. Não vai ao médico, a outra patroa não dava folga. Precisava chegar às 8 e sair às 17 horas, nem quinze minutos a menos. Maldade... Um apartamento de 56 metros quadrados! Era minha vizinha, por isso eu sei. Duas adultas- ela e a filha. Impressionante a maldade das pessoas. Pra mim isto é sado-masoquismo.

Pensem positivo em relação ao meu amigo querido- é como um irmão para mim. Está casado com uma moça espanhola e teve dois filhos lindos- nasceram lá em Samana- Las Galenas- Sto Domingo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Tomara que seu amigo Patinho esteja bem.
Acho que é questão cultural mesmo, aqui não costuma ter faxineiras, diaristas, domésticas, etc. A não ser na casa do Imperador né?
No Brasil batiam na nossa porta, várias mocinhas perguntando se não queriam que fizessem faxinas, eu nunca gostei, sei lá, vai ver é isso, de cultura mesmo, pra mim não rola.
beijos
madoka