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Ruídos internos
Ela diz num murmúrio:
“Estou exausta, quando terei trégua?”
Enxuga as lágrimas na manga, enquanto torce mais uma camisa.
Lá fora as crianças riem, correm pela grana. Um deles a vê na janela e grita:
- Mãe...
Chora, mais ainda, ao ver o menino sorrindo, esperando seu aceno.
Larga a roupa, volta para o fogão, enxugando as mãos frias na roupa. Abre a tampa quente da panela sem proteção. Deixa-se queimar. Uma dor real a traria de volta. O filho parece tão improvável como quando dizia: "Jamais terei filhos".
Desliga o fogo, logo o menino abrirá a porta aos gritos:
- Mãe, estou com fome, faça meu prato.
Ela sorrirá beijando a bochecha suada e com cheiro de moleque.
Um comentário:
Simples e bonito esse conto.
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