domingo, março 01, 2009

A dor da perda e a liberdade





Em "Reine Sobre Mim"
com Adam Sandler e Don Cheadle formam um par de amigos interessantes. Eu nunca havia visto Adam em filme sério. Aqui em casa os meninos o adoram, veem sempre os filmes dele, muitos eu não vi. Hoje eu disse para Dan:
Vou ficar em casa. Escolha um filme para sua mãe ver.
Ele acertou, eu gostei, aliás Dan tem uma sensibilidade especial para sacar os outros. Sabe dar presentes também.

Bom, vocês sabem que não gosto de interpretar os filmes, acho chato destrinchá-los, até faço isto se for num diálogo, mas assim, sozinha, eu não gosto.
O personagem de Adam perdeu a mulher e filhas em 11 de setembro de 2001(pois é, mas isto é apenas um detalhe aqui), e se nega a pensar nisto- passa o dia jogando vídeo game, toca bateria e anda de patinetes como um maluco pela cidade de NY.
O personagem do Don Cheadle é dentista, careta, bem casado. Foi colega de faculdade e dividiu quarto com o outro.
Acabam se reencontrando na rua anos depois e ai se desenrola a história. A "amnésia" do Charlie Fineman provoca conflitos, e Alan Johnson(Don) faz tudo para ajudá-lo. Bom, a relação faz com que ambos mudem, a liberdade de Charlie seduz Alan etc e tal.
É filme bem feito, tem uma tensão sempre presente, não se sabe bem o que pode acontecer- na maioria dos filmes americanos nos 10 primeiros minutos a gente sabe o que acontecerá, neste há algumas surpresas. Ou não? Eu sou o tipo chata que digo: Ih! já sei esta moça vai ficar com este cara e o namorado vai ficar...
Acerto sempre.
Podem ver sem susto. Os atores estão bem, Adam passa emoção. É comovente, gosto assim. Gostei demais de "A liberdade é azul", onde a personagem vive meio anestesiada pela dor, e "Tudo sobre minha mãe", ambos iniciam a história com perdas- são muito dolorosos para mim, nem os revejo, mas acho que são filmes imperdíveis.

Ah! na cena final do filme de hoje, um deles sai de patinetes, não vou contar quem, me lembrei demais um sonho que eu tinha recorrente, onde deslizava pela rua Prudente de Moraes em Ipanema em direção ao Leblon. É uma cena de liberdade. Sempre desejei voltar a andar de patinetes, quando menina andei. Patins é um sonho que não vou realizar jamais- não tenho coragem, tenho medo enorme de fraturar algo.
No meu sonho eu estava sempre aflita, achando que não chegaria na hora- já tive muitos sonhos com este teor- o fato de ser psicanalista tem a ver, eu sonhei muitas vezes que esquecia a hora, chegava na sala sem a chave- tenho o maior cuidado com isto. Sei que é ato falho, claro, mas na realidade é muito aflitivo- só esqueci duas vezes e deu tempo de voltar para pegar- sempre trabalhei perto de casa. Agora estou mais longe, mas tomo muito cuidado.

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