terça-feira, maio 20, 2008
O que fala, mente
O tema da aula e da análise hoje: O que fala, mente. Inconsciente, ato falho- fala do Outro...
Não lembro a frase do Lacan, algo como:
'ce qu'on dit ment', é isto?
ai Lacan... mas está certo.
Não sei bem a tradução da frase em francês, 'ce qu'on dit ment', vou perguntar para a professora hoje. Suponho que seja algo como 'Este que fala, mente', ou por ai, isto que falamos é mentira, sei lá. Eu entendi assim.
Depois fomos para Platão e Lacan- banquete, maravilha de texto sobre transferência. Tema que eu gosto muito. Ai uma moça me pediu algo aqui e esqueci, sobre psicose... ando zonza, tanta coisa...o óculos não está correto, falta ajustar, acho que fico zonza por isto.
Falta comprar carne, a geladeira não tem carne, só massas. Tudo eu, tudo eu :)
Ou o que dizemos é mentira e o que vivemos é farsa.
Ai a colega diz:
-Mas como se eu sofro tanto na análise, se é tudo mentira?
Somos todos uma bando de farsantes sem sabermos, porque nos levamos a sério hohoho
O meu amigo lacaniano vive dizendo isto, é tudo ilusão, e é.
Corre corre hoje.
Fui levar as solicitações de ultrassonografia para autorizar lá no Centro da cidade, com pressa- tinha encontro com o cara da ótica para ajustar o óculos novo. Mas peguei umas folhas mais velhas- eu não faço sempre, só quando acho que devo fazer
hohoho
Amanhã deveria fazer 4 ultrassonografias, não vou mais correr, vou adiar. Coisa boba- tendinite, eu sei que tenho. Os médicos
de hoje... são um saco. Uma é porque sinto algo engasgado hohoho
E não estou engasgada desde o início do ano?
Acho que depois que o otorrino olhou e disse que está tudo limpinho na laringe, relaxei e melhorei. Lembro do sofrimento do meu querido Freud, tadinho, é de doer.
Eu disse:
- É emocional, estou engasgada.
Tão simpático o médico- a classe médica é a mais bem informada que encontrei aqui- aliás, ele é catarinense, acho. Médicos viajam bastante, têm que fazer curso no Rio e S P. São agradáveis- raras exceções.
Fui fazer acupuntura pelas dores- tendinites, o médico pediu exames de tudo. Que saco! Eles devem ganhar comissão, só pode.
Eu louca para colocar logo as agulhas- adoro as agulhadas :)
Enfim, dia corrido e a sensação de que sou uma farsa e tudo é invenção minha, viu? hohoho
Vou dormir. Amanhã de manhã tenho aula de francês, o desejo virtual mais forte hohoho
E me senti gratificada no consultório, um cliente está super bem, melhorou muito. Eu sou ótima terapeuta- não sei se analista, mas todos vivem melhor. E me agradecem muito, sempre foi assim.Tirando alguns ossos duros de roer, sempre tive sucesso. Pena trabalhar tão pouco.
Pois é, os médicos não mandam. Se eu fosse gatinha e ... mas deixa pra lá. Nunca fui interesseira, não sei ser.
Ah! eu fiz um conto onde namoro o Tom Jobim, parece real. Ai ai
fiquei enamorada pelo Tom, se é para ter um amor virtual... pode ser o Tom, ou o Chico Buarque, ou quem mais? sei lá... quem merece o amor da Laura, que não existe hohoho
ai ai estou feliz hoje, gosto quando fico assim, cínica.
Tem uma lua linda lá fora, vim cantando pela via Costeira- a lua estava alta, não me acompanhou hoje.
"Nada além de uma ilusão..." Ouça aqui.
"É então, nessa situação de impossibilidade do sujeito de expressar na língua que está à sua disposição aquilo que possa dar conta de um Real que o atormenta, que o analisante busca, na relação de alteridade que estabelece com o analista, condições em que possa criar, fazer com a língua, através do erro, das falhas do seu próprio dizer. São nas condições de erro, na fala, que vai irromper o sujeito, condições essas que vão permitir a reconstrução de sua história, a simbolização desse Real. Lacan vai nos dizer, ao final do Seminário 2, que o erro não ocorre sem uma causa, embora não seja intencional.
Nesse sentido, na literatura, Joyce se apresenta como o autor que mais radicalizou ao criar na linguagem, tanto no eixo sintático como no semântico, subvertendo os códigos lingüísticos. Ainda que tenha agido intencionalmente - não fora numa situação de fala, numa relação de transferência, mas de linguagem escrita - também Joyce não fugiria a um determinismo imaginário ao tecer sua história.Aos 17 anos Lacan já sabia disso, quando encontrou Joyce, ao freqüentar a casa de Adrienne Monnier, em Paris. Aos vinte anos assistiu à primeira leitura da tradução francesa de Ulysses. É provável que tenha sido bastante influenciado por Joyce, que já procurasse ouvir Joyce "sem saber". Como afirmou, são os acasos que nos atiram à direita e à esquerda e é com eles que fazemos - porque somos nós que o tecemos como tal - nosso destino. Com eles fazemos o nosso destino porque falamos. Acreditamos dizer o que queremos, mas é o que quiseram os outros, mais particularmente a nossa família que nos fala. (...) Nós somos falados, e por isso, fazemos dos acasos que nos impelem algo de urdido. E, com efeito, há uma trama - chamamos a isso nosso destino. De modo que não foi seguramente por acaso, embora seja difícil reencontrar o fio, que encontrei Joyce, em Paris quando ele ali estava, por mais algum tempo ainda(...). "
Daqui. A aula começou com este trecho citado.
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