quarta-feira, janeiro 09, 2008

Mini conto/Sem revisão, nem título






“Não consigo dormir. Ele me persegue, diz que me quer. Manda que tire a roupa. Diz: ”Abra as pernas, deixe eu ver a minha florzinha.
Eu me desabrocho, me entrego. E ele quer mais e mais. Olhe aqui, doutor, estou toda lanhada. Ele não me deixa em paz”.
O médico continua escrevendo no prontuário. “Vamos modificar sua medicação, e quero que procure o setor de ginecologia. Vou te encaminhar”.
Quando levanta os olhos, ela está em pé, despida, à sua frente.
Vê o corpo seco, as mamas flácidas caídas.
Diz, tirando o jaleco e cobrindo os ombros magros: ”Vista isto, Isaura, está frio. Vou te levar até a enfermaria. Vamos lá”

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