terça-feira, maio 08, 2007

Sombra















Sombra


E quando ele não vem uma nebulosidade me envolve, suspende meus desejos. Fico à espera de algo. Não me pergunte o quê. Sei que só ele pode me tirar deste lugar.
Sou sua prisioneira.
Há dias em que ele vem cortês. Não me deixa saber sua real intenção, mas me resgata, e eu agradeço. Poderia beijar suas mãos, se deixasse. Amo aquelas mãos mais que as minhas. Em outros me ignora, finge me esquecer e eu fico, paralisada, o corpo cada vez mais frio.
Nestes dias um abandono me faz desejar virar sombra e me perder na madrugada que não acaba.

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