segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Melhor assim


















Melhor assim

Só ao desligar o telefone percebeu a voz fria dela.
Pensou que deveria ter se calado, como tantas vezes. Ela declarava o amor transbordante, ele nada dizia. Desligava o telefone e sorria, ria da loucura, do amor exagerado dela. Hoje não há do que sorrir.
Ele a desdenha, mas gosta de vê-la enamorada- louca.
Há dias ela se calou. Pela primeira vez se calou.
Queria dizer que lamenta. Não diz.
Talvez ela não volte.
"Melhor assim", ele pensa.

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