terça-feira, janeiro 10, 2006
O sonho em que deslizo.
Ah, os sonhos...
Esta manhã sonhei que estava num morro à beira mar, era muito alto, havia um mirante com mureta, embaixo via-se o mar batendo forte, eu dizia para alguém, não sei quem, que eu sempre desejei morar lá, ver aquele mar todo lá embaixo, era uma paisagem belíssima, mas sentia medo ali. Depois ao caminhar me deslocando, voltando, escorreguei na areia e deslizei morro abaixo, não me machuquei. Subi e novamente escorreguei desta vez com um pedaço da mureta nas mãos, eu escorreguei segurando no alto o pedaço de algo como cerâmica, do tamanho de uma prancha pequena. Ai eu começo a chorar, caída no chão, cansada. Ouço o homem, que era marido da moça que estava junto comigo dizer:” Ela está desesperada, tinha que dar nisto”. Diz de forma irritada e percebo que ela vem ao meu socorro, ouço alguém descer na areia. Não me movo, choro apenas. Acordei.
É lógico que amanheci triste. Lembrando de sonhos impossíveis e perdas, muitas, que tive pela vida, eu sempre quis mais, os budistas dizem que devemos aceitar o dia à dia, um por um, mas eu não sei fazer isto bem, estou aprendendo, deixando de ser contemplativa e buscando mais, será que adianta?
O morro lembra o morro do Atalaia do Arraial do Cabo, belíssimo e assustador, ai, eu tinha medo, não havia perigo, mas eu sentia medo, ao mesmo tempo sou fascinada por mar, pela visão do mar, ontem mostraram na novela a costa grega, maravilhosa. Cabo Frio tem paisagens lindas, aquele mar azul, azul. Búzios tem um mirante lindo também, parece que estamos no meio do mar.
Minha casa lá ficava perto do mar, uns 70 metros, ouvia o mar batendo à noite, tinha medo, nada que me apavorasse, mas não gostava de ouvir as batidas das ondas, tínhamos um terraço, mas não dava para ver tão de perto o mar. Sonhava com ondas gigantes, muito, por isso fiquei tão mal com o tsunami.
Uma vez subi no terraço do Hotel Caesar Park em Ipanema e vi o mar lá de cima, é estonteante, fascinante, assustador.
Lembrei deste poeminha:
O mar
no sonho
no olhar perdido
na fantasia de perder-se nele
O seu canto
não sei mais se ouço
ou deliro.
Escrevi em 82, é a mesma sensação ainda...
Descobri agorinha este site
onde tem um texto de Francisco Bosco fantástico, acho que vou postar para vocês depois.
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