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O filho de Rita.
A menstruação atrasou, só pensava nisto, no filho tão desejado. Não sabia como ele reagiria, não se importava, que se danasse, esperou sete anos a separação dele, sete-número cabalístico, hora de mudar. Agora ele seria pai, queira ou não. Manteve silêncio, dizia que estava engordando, comendo mais. Um dia ele a viu de perfil e disse empalidecendo:
-Você está grávida!
-Estou.
Ele colocou as mãos na cabeça num gesto desesperado. O primeiro pensamento foi para a mulher, faria um escândalo, ele não suportaria tanta pressão. Como esconder um filho?
Passou a vê-la menos, quando vinha perguntava se estava tudo bem. Não a desejava mais. Não lhe faltaria recursos para sustentar o filho, faltaria amor, um amor que Rita sabia agora nunca existiu.
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