quarta-feira, abril 13, 2005

Imprevisto.

Estava cheia de idéias para o blog hoje, mas fui obrigada a sair, problemas familiares.
Estou na casa de minha mãe, e para que os meus leitores queridos não fiquem desapontados, copio um poema de uma escritora nordestina, excelente poeta.
Zila Mamede nasceu na Paraiba em 1928, viveu em Natal onde morreu em 85, tinha como fã até Carlos Drummond.

Vejam que lindo poema:

Antecolheita.

Zila Mamede.

Ah te saber distante, embora a chuva
amareça em frutos a colheita
não tarde. Já meus dedos se presentam
como instrumento à terra matinal.

Ausentes os teus braços, a charrua
se nega à lida, caminhança e bois;
o cata- vento remudece as hastes
que calentavam cedo anoitecer.
Não sei que faça dos celeiros. Vem:
setembro amadurece nos folhados
deixando-se nascentes para o estilo.

Vem que me entrego o apascentar das ramas
e minhas mãos, de frágeis, agonizam
nessa visão de lavras, de eira e sol.

Boa tarde!
Namastê.

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