domingo, abril 10, 2005
Conversando com vocês sobre a palestra.
Transparência, sempre!
Conversando com vocês sobre a palestra.
Os comentários de Henrique, Mani e Lucia me fizeram voltar à palestra hoje.
Lucia, eu falo a mesma linguagem que uso aqui com você, é incrível, se você leu meu artigo sobre adolescentes aqui abaixo, viu que eu escrevo e falo com clareza, sou completamente natural ao falar, por isso detesto microfone, acredito que perderia a espontaneidade. Eu falo como escrevo, ou escrevo como falo, quero que me entendam, e não parecer inteligente ou dona do saber. Eu apenas falo mais de conceitos, quando falo na Universidade. Vou dar um exemplo, eu posso falar de Complexo de Édipo- do amor do filho pela mãe ou da filha pelo pai, e vice versa dos pais para com os filhos- no meio universitário, supõe-se que eles já tenham ouvido falar em Édipo, então eu me refiro ao Complexo de Édipo e digo o que é, nas palestras para o publico em geral, eu não me refiro ao conceito “Complexo de Édipo”, mas falo dele da mesma forma.
Quando digo que evitem fazer sexo na frente das crianças mesmo se acreditarem que estão dormindo, me refiro a “fantasia da cena primária”, conceito freudiano. Digo que as crianças que ouvem a relação acreditam que a mãe está sendo machucada pelo pai, isto pode trazer problemas sexuais mais tarde, a moça no futuro poderá ter dificuldades com orgasmo, medo de sexo, por exemplo. Além de despertar a sexualidade das crianças precocemente. Na universidade eu dou “nome aos bois”, em outro ambiente não dou.
Existem muitos, na minha área, principalmente, que falam difícil, usam uma linguagem tão difícil que até nós, temos dificuldade de entender. Outro dia eu estava com meu filho, que está no pré vestibular, e víamos uma entrevista, eu não conseguia entender, fiquei em silêncio para ver se captava, mas não deu, perguntei se estava entendendo e ele também não entendia, é demais! Se não consegue ser compreensível, fique calado. Acho que era aquele programa de entrevistas “Diálogos impertinentes”, impertinente era o tal sujeito. O programa geralmente é muito bom, fico sempre querendo mais.
Nas palestras a minha satisfação é enorme porque no final sempre dizem que eu esclareci muitas de suas dúvidas, e todas as vezes vem alguém falar em particular, tirar uma dúvida, ou apenas contar uma história, fico feliz por ter sentido confiança e desejo de falar mais.
E o homossexualismo? Já que falei ontem quero voltar para deixar bem claro o que penso. Eu não sou especialista neste tema, tive vários clientes homossexuais e para mim eles são gente como a gente, nunca questionei a sexualidade deles, os problemas eram os mesmos de todos nós, relacionamentos, abandonos, amores possíveis e impossíveis. Leiam o Jurandir Freire, ele coloca o conceito de homoerotismo, retoma, é um conceito antigo. Concordo com Jurandir, não sei porque alguém passa a ser homoerótico assim como não sei porque eu gosto de homens. Há estudos psicanalíticos sobre o tema, Jurandir não quis falar sobre isto, eu desconfio que tem a ver com a relação com a mãe, todos os homossexuais que conheci tinham uma mãe forte e um pai menos presente, talvez tenham tido dificuldade em se identificar com o pai, mas e daí? Prova ou muda alguma coisa? Não. Quantos de nós tivemos ou temos uma situação semelhante e somos heterossexuais, ou heteroeróticos? Seria narcisismo? amor imaginário? Não importa como foi que o sujeito passou a escolher um parceiro do mesmo sexo, eu penso como a Lucia, sexo tem a ver com intimidade, não importa aos outros. “O que se passa na cama é segredo de quem ama” disse nosso poeta mor.
Mas, penso também como Simão que é preciso que se fale de sexo, para que as pessoas se sintam mais confortáveis com o sexo. Pareço contraditória? Acho que não, é preciso esclarecer e não se imiscuir na intimidade dos outros.
Escolha sexual só diz respeito ao próprio sujeito, não há como questionar. Nas palestras eu digo que a gente tem que aceitar e respeitar a escolha sexual de nossos filhos, engolir sapos, se for necessário, mas respeitar. Homoerotismo não é pecado nem perversão, é uma escolha como o heteroerotismo também é, uma escolha muitas vezes involuntária, o sujeito não chega no mercado de sexo e escolhe, ele é levado a fazer esta escolha, independente da vontade dele. Tive um cliente que dizia sempre: ”se eu pudesse seria hetero, mas não posso, seria tudo tão mais fácil, teria mulher e filhos, não viveria só como vivo”. Isto não é pecado, nem neurose, nem perversão, é a vida. E a vida nos traz muitas surpresas, algumas nós gostamos, outras não, mas “c’est la vie”...
Prefiro conviver com homoeróticos, que tiveram a coragem de viver as suas escolhas, do que conviver com pessoas enrustidas, neuróticas, maldosas...
Precisamos de um mundo mais tolerante, menos hipócrita. Precisamos estar atentos às garras da intolerância sorrateira-vide Estados Unidos da América-onde cresce o preconceito.
Quanto à prostituição, acredito que uma pessoa adulta pode escolher ser prostituta, esta é uma escolha voluntária, mas quando uma criança é levada à prostituição, isto sim, é crime. Crime que conta muitas vezes com a conivência dos pais. Terrível, uma mãe que leva a filha de oito anos a se prostituir, como vemos por aí, muitas vezes, merece cadeia!
Digam o que pensam sobre o que escrevi.
Corrijam meus erros de português, please.
Bom domingo!
Namastê.
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