Primavera
Acordou, abriu as janelas, o sol batia no assoalho brilhante. Deitou no chão fresco e foi se despindo até ficar nua.
Levantou quando o sol - num feixe vibrante - a cortava ao meio. Em vez de colocar o vestido desbotado, escolheu outro - de uma das freguesas. O mais bonito: de seda preta, com decote e fenda do lado esquerdo da saia. Calçou o par de sandálias de saltos altos, sujas de mofo.
Passou batom, coloriu as faces desbotadas.
Olhou-se no espelho e tentou dançar sozinha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário