Josué
desliga a máquina de cortar grama, fixa o olhar em mim e diz:
- Quero que
me responda como uma profissional que é. Uma pessoa que pensa que acontecem
coisas que não existem tem o que?
- Não sei... pode ser delírio.
- É meu
filho esta pessoa. Ele diz que imagina coisas porque foi estudar
para ser padre e imaginava que lá era todo mundo santo, mas tem até sacanagem
no seminário.
- Ele
precisa ir a um psiquiatra.
- Ele já
foi, está tomando três remédios.
- Há quanto
tempo?
- Três
meses. Vi no "Fantástico" que a pessoa precisa tomar o resto da vida.
- Não sei dizer, o médico saberá. Pode ser que sejam pensamentos persistentes e não
delírio. Mas hoje existem remédios para tratar. E se precisar tomar... tem que tomar.
- Ele disse
que desde menino tem estes pensamentos, foi menino ser padre.
O sol já
estava a pino e eu precisava entrar. Pensava no homem a minha frente com certa
ternura, tão mal cuidado... no filho que talvez tenha sofrido assédio sexual naquele ambiente.
- Você quer
água Josué? Eu tenho coisas para fazer, preciso entrar.
- Aceito
água.
PS: Diálogo real com nome fictício.
PS: Diálogo real com nome fictício.
Um comentário:
Ótimo blog.
Postar um comentário