Vaga
Olhou o relógio: oito
e meia da manhã. Os pés molhados, a grama presa entre os dedos, o calor do sol
alto incomodavam mais que a falta dele.
Há dias ele não dá
notícias, perguntou numa mensagem, via telefone: “Como vai tudo por ai?”. Quis
ser vaga para não o assustar, sabe que o encontro o perturbou, sabe que ele
está em conflito.
Agora espera. Ele
disse: “Vou te ligar no fim do dia, quando o movimento acabar.”
Nada. Pensa: Tantos anos
sem pensar nele, por que se importar?
Cansada, sobe as
escadas para o primeiro banho do dia. A água a acalma.
Quem sabe no fim do
dia ele telefona?
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