terça-feira, dezembro 13, 2011

Miniconto: Vaga







Vaga

Olhou o relógio: oito e meia da manhã. Os pés molhados, a grama presa entre os dedos, o calor do sol alto incomodavam mais que a falta dele.
Há dias ele não dá notícias, perguntou numa mensagem, via telefone: “Como vai tudo por ai?”. Quis ser vaga para não o assustar, sabe que o encontro o perturbou, sabe que ele está em conflito.
Agora espera. Ele disse: “Vou te ligar no fim do dia, quando o movimento acabar.”
Nada. Pensa: Tantos anos sem pensar nele, por que se importar?
Cansada, sobe as escadas para o primeiro banho do dia. A água a acalma.
Quem sabe no fim do dia ele telefona?

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