quinta-feira, outubro 06, 2011

Miniconto- Mormaço



O dia está nublado. A grama molhada traz calor. O chão da varanda brilha. Hoje não será preciso molhar o jardim. Ao longe, o choro de uma criança desde o amanhecer. O boiadeiro me despertou com seu 'eia, eia'. Da janela vejo o gado disperso na Fazenda vizinha. Porções de branco na pastagem. O amigo disse: "São garças, não emas.". Não as vejo mais perto apesar do rio tão próximo. Onde o belo voo ao entardecer? Escondem-se de mim, as garças?. Olho meu escritório, livros por toda parte, a mesa desarrumada. Atrás, à minha direita, duas pranchas de surf encostadas, à frente, na sala, duas guitarras apoiadas no sofá. O olhar encontra, ainda, os gatos enlaçados- ela, no cio, geme. O mormaço parece retardar o tempo.

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