quinta-feira, julho 01, 2010

O domingo de vento e com o Fanny Ardant






O vento rasgou as folhas da bananeira- está tão feia. O vento me atordoa. Ok. Devo ser doente da cabeça- aliás, sou- é meu órgão de choque- como dizem os da psicossomática.

Dias melhores virão, pressinto. Pequenas alegrias, novos encontros, belos reencontros.

O 'amigo' mostra foto da janela da casa- eu brinco e retribuo a foto com a minha paisagem bovina.

Nem tudo na paisagem é bonito aqui.
O orgulho de ser brasileiro no canteiro de obras

Mas a lua me acorda de madrugada ao tomar minha cama.

Estive o dia todo sem conexão ontem- só voltou à noite- sem telefone fixo também. Qual é? Cabo. Já disse que parece conto do vigário- vive falhando, péssimo atendimento. Estão começando, pero...

Sem comunicação virtual, fiquei a ver filmes, não navios.

Vi à noite uma entrevista excelente do Roberto D’Ávila-Conexão- com a Fanny Ardant. Ela tem 61 anos e é linda e muito inteligente- cartesiana- como o Roberto disse- francesa, ama a dialética. Foi uma hora de papo muito bom entre eles e um jogo sedutor- ulalá- ela Penélope charmosa e ele o gato de sempre. No meio da entrevista ele disse: Como foi chegar do sul da França em Paris, jovem e bonita? Ela: Nem tão bonita. Ele acabou assim: Obrigada, mademoiselle, você é muito linda e inteligente. Rs.

Eu também diria.

Ela se disse sem amigos, ele ficou intrigado. Como? Você não permite maior intimidade? Ela: Ou os outros não me permitem. Não tenho amigos para cinema...

Prefiro sair com desconhecidos. Ele: Mas é perigoso. Ela: Gosto do risco (ou algo assim). Ele, ainda intrigado: Mas e o Depardieu? Ela: Ah! É mais que amigo!

Ela deve ter muitos “mais que amigos”. Intelectualizada, fez citações, parece que estudou ciências políticas ou sociais. Não quis falar de Truffault, ficou comovida, compreensível, viveu com ele os últimos anos, tiveram uma filha. Tem 3 filhas e diz que acha os homens mais misteriosos que as mulheres, talvez por ter convivido mais com mulheres e ter grande admiração por homens. O pai era militar, mas libertário- pregava a liberdade- o meu também, interessante, porque temos idéia deles sempre muito rígidos, meu pai nos deixava muito livres e não era adepto de nenhuma crença que o impedisse de pensar livremente. Gostava de estar só, do silêncio.

Fanny diz que ama o silêncio, que é como se a aplacasse –deu um exemplo, que não lembro. Odeia comer em silêncio, acha triste. Franceses amam refeições, é um belo ritual. Enfin, une belle et charment femme.

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