segunda-feira, maio 24, 2010

Na escola




Ontem à noite vi “Entre os muros da escola”

Filme excelente. História baseada no livro homônimo de François Bégaudeau- que faz o próprio. Leia aqui:

Sinopse:

François Marin (François Bégaudeau) trabalha como professor de língua francesa em uma escola de ensino médio, localizada na periferia de Paris. Ele e seus colegas de ensino buscam apoio mútuo na difícil tarefa de fazer com que os alunos aprendam algo ao longo do ano letivo. François busca estimular seus alunos, mas o descaso e a falta de educação são grandes complicadores.


Bom, o filme passa rápido, é ágil, e traz muitas questões. Muitas. Precisaria rever para falar melhor.
O professor, bem intencionado, inteligente, quer o melhor dos alunos rebeldes.
O que se vê logo nas primeiras cenas é a diversidade do personagem. Não há aquela uniformidade que costumamos ver nos filmes americanos. São de etnias diferentes, credos, línguas. O professor tenta aplacar os conflitos entre ele e os alunos, e entre alunos, e não consegue.
Nada é fácil ali.
Penso que é o retrato de nossas escolas atuais, aquelas onde os jovens têm voz. Meu filho que via comigo, ria e dizia que é assim mesmo.
Fiz algumas palestras para adolescentes e sei o sufoco que é estar ali na frente deles, quando abrimos para a fala- querem ser ouvidos, divergem entre eles, falam ao mesmo tempo.
Uma coisa que me chamou atenção, é que o filme é quase um documentário, bastante atual, e não se percebe nos professores uma leitura psicológica dos adolescentes – são rebeldes, apenas. O professor principal tenta colocar panos quentes, mas não tem força para tal- nem argumentos. Era um professor bem intencionado, mas que não conseguia ter autoridade sobre os jovens. Em nenhum momento pensam na relação professor- aluno, como uma relação transferencial. Professor, ou pai, sem autoridade deixa os jovens mais perdidos- daí os conflitos crescerem.
Notei que ele ironizava, fazia comentários que não cabiam ao lugar que ocupava. No final, não vou contar tudo, ele ultrapassa os limites e vemos que pouco conseguiu- perdeu-se. Ok, tem uma alívio no fim- um livro que simboliza algo mais do que a diferença- estão todos autoretratados e aceitos. Mas não é bem assim, sabemos. O aluno que foi penalizado poderia ter tido um tratamento diferente antes do episódio que provoca a expulsão.
OK, era um a escola de periferia, sem grandes recursos, mas havia recursos humanos. Um grupo de professores que se reuniam, se questionavam, mesmo assim não conseguiram fugir do convencional.

Um comentário:

Jorge Pinheiro disse...

Não conheço o filme.Parece interessante.