domingo, maio 16, 2010

Aos 93 anos ela é deliciosa de se ouvir-corrigido

Saudades dele.
Onde andas, Olivier? A morena te sequestrou?

Ontem vi o pôr do sol e dormi na rede olhando o céu belíssimo- parecia uma paisagem vista de avião. Acordei depois das oito e vi: “Pecados inocentes”.
Que filme estranho e angustiante. Claro, sou psi, sei que isto rola por ai, mas ver é tão angustiante. Que mãe maluca faz a Julianne Moore! O rapaz está ótimo também- pegou bem o clima. Lembrei de “La Luna” de Bertolucci- gostei muito mais.




Depois vi o final de “Crash” –ótimo filme- e o finalzinho de “Orgulho e preconceito” que todos amam e eu não. Bonitinho. Não gosto de filmes daquela época- me irritam. Ok, sou uma chata. Jane Austin eu li quando era mocinha- na época eu gostava.

Pela manhã arranquei raízes- Freud explica- adoro a força que tenho que fazer para arrancá-las.

Vi “O último dos moicanos” com Daniel Day-Lewis- ator excepcional: talento e encanto- sempre perfeito nos papéis. Está lindo. E que filme emocionante! Adorei rever- já havia visto- esqueço- é vantagem em filmes.

No ConexãoRoberto D'Ávila, uma senhora de 93 anos, Cleonice Berardinelli*, fala sobre Fernando Pessoa.
Delícia ouvir, é uma senhora professora de literatura de 93 anos! Impressionante.

AUTOPSICOGRAFIA

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.

Fernando Pessoa



Note-se a insistência do poeta no processo mais importante da criação poética: o fingimento. Este processo é marcado pelas formas verbais "finge" e "fingir" e pelo substantivo "fingi dor". O verbo "fingir" (do latim fingere = fingir, pintar, desenhar, construir) aponta não apenas para disfarçar, mas também para construir, modelar, envolvendo, assim, todo o processo criativo desenvolvido pelo poeta na produção do poema: o poeta é um artífice.
Daqui. Fernando Pessoa é, para mim, o maior poeta que conheço (pouco), deveria ler mais. Era genial.
Foi ele quem não foi se encontrar com Cecília Meireles em Lisboa- os astros nao recomendavam ele era astrólogo- viu, Ana? :)

Não vou ficar relendo para achar erros, sorry- estou cansada.

*Correção: Tks Fernando, ela é brasileira e não portuguesa.

2 comentários:

Anônimo disse...

gosta mesmo do Daniel Day-Lewis, outro dia estava vendo Chicago com ele mesmo, e fui dormir, não consegui ver tudo. (pra falar a verdade não gosto muito de musicais).
Vi Vicky Cristina do W.Allen, adorei, muito bom, vc viu?
beijos , boa semana, tou devendo as fotos, correria danada.
madoka

Anônimo disse...

Peço desculpa por entrar aqui, assim, sem mais nem menos, ou melhor, para fazer uma correcção. Aqui vai. Cleonice Berardinelli é brasileira, parece que natural do Rio de Janeiro e, tanto quanto sei, uma das grandes especialistas em Fernando Pessoa.

Um abraço de Portugal.
Fernando