Onde andas, Olivier? A morena te sequestrou?
Ontem vi o pôr do sol e dormi na rede olhando o céu belíssimo- parecia uma paisagem vista de avião. Acordei depois das oito e vi: “Pecados inocentes”.
Que filme estranho e angustiante. Claro, sou psi, sei que isto rola por ai, mas ver é tão angustiante. Que mãe maluca faz a Julianne Moore! O rapaz está ótimo também- pegou bem o clima. Lembrei de “La Luna” de Bertolucci- gostei muito mais.
Depois vi o final de “Crash” –ótimo filme- e o finalzinho de “Orgulho e preconceito” que todos amam e eu não. Bonitinho. Não gosto de filmes daquela época- me irritam. Ok, sou uma chata. Jane Austin eu li quando era mocinha- na época eu gostava.
Pela manhã arranquei raízes- Freud explica- adoro a força que tenho que fazer para arrancá-las.
Vi “O último dos moicanos” com Daniel Day-Lewis- ator excepcional: talento e encanto- sempre perfeito nos papéis. Está lindo. E que filme emocionante! Adorei rever- já havia visto- esqueço- é vantagem em filmes.
No ConexãoRoberto D'Ávila, uma senhora de 93 anos, Cleonice Berardinelli*, fala sobre Fernando Pessoa.
Delícia ouvir, é uma senhora professora de literatura de 93 anos! Impressionante.
AUTOPSICOGRAFIA
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
Fernando Pessoa
Note-se a insistência do poeta no processo mais importante da criação poética: o fingimento. Este processo é marcado pelas formas verbais "finge" e "fingir" e pelo substantivo "fingi dor". O verbo "fingir" (do latim fingere = fingir, pintar, desenhar, construir) aponta não apenas para disfarçar, mas também para construir, modelar, envolvendo, assim, todo o processo criativo desenvolvido pelo poeta na produção do poema: o poeta é um artífice.
Daqui. Fernando Pessoa é, para mim, o maior poeta que conheço (pouco), deveria ler mais. Era genial.
Foi ele quem não foi se encontrar com Cecília Meireles em Lisboa- os astros nao recomendavam ele era astrólogo- viu, Ana? :)
Não vou ficar relendo para achar erros, sorry- estou cansada.
*Correção: Tks Fernando, ela é brasileira e não portuguesa.
2 comentários:
gosta mesmo do Daniel Day-Lewis, outro dia estava vendo Chicago com ele mesmo, e fui dormir, não consegui ver tudo. (pra falar a verdade não gosto muito de musicais).
Vi Vicky Cristina do W.Allen, adorei, muito bom, vc viu?
beijos , boa semana, tou devendo as fotos, correria danada.
madoka
Peço desculpa por entrar aqui, assim, sem mais nem menos, ou melhor, para fazer uma correcção. Aqui vai. Cleonice Berardinelli é brasileira, parece que natural do Rio de Janeiro e, tanto quanto sei, uma das grandes especialistas em Fernando Pessoa.
Um abraço de Portugal.
Fernando
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