quarta-feira, dezembro 02, 2009

No ônibus












Foto daqui

O carro quebrou de novo- está velhinho- e depois que os filhos começaram a dirigir... antes eu usava muito pouco, agora...
C’est La vie.

Peguei um ônibus para trabalhar ontem à tarde. Uma aflição, deu mil voltas- liguei para a cliente das três para avisar que provavelmente atrasaria, a resposta foi que não iria. Ai, ai.

À noite, voltando observei as pessoas. Havia uma mulher com belos cabelos negros presos com um hachi, a cabeça não a obedecia e pendia para os lados, para a frente, para trás- tinha sono. Assustava-se cada vez que sentia a cabeça cair. Pobre mulher.

Um jovem sentado à minha frente, observou quando uma senhora entrou, depois de alguns segundos, virou-se- ela já estava mais para trás. Perguntei: Quer dar o lugar para ela? Sim, respondeu. Eu a cutuquei e ele passou a viajar em pé.

Segurei no colo a mochila de outro rapaz que se equilibrava ao meu lado. E assim seguimos até aqui. Ao descer conversei com uma mulher que vinha na mesma direção. Contou que as filhas foram assaltadas ali, mas conseguiram pegar o homem e está preso. Gritaram, o irmão ouviu, segurou o bandido, a família chamou a polícia. O cara mordeu a moça para pegar o celular com mordida tão forte que ela ficou uma semana sem mover o dedão. Pois é, não há lugar seguro no mundo.

Não me importo de andar de ônibus, o problema é que aqui demoram demais, dão voltas e mais voltas- uma falta de respeito com o passageiro. E sinto mais medo também- há assalto a mão armada por aqui como no Rio. Meu sobrinho já assistiu dois em poucos meses. Sorte que não sofreu nada- tem cara de menino.

O transporte coletivo nos humaniza, podem crer. Ali somos todos iguais. Há pessoas bonitas, feias, pobres, remediadas- só não há gente arrogante, pode crer.
Simpatizo com o rosto das pessoas quando as vejo nestes lugares públicos.

Descia a ladeira do condomínio e uma vizinha- que nunca falou comigo, mal responde meu cumprimento- atravessou a rua para me abordar. Queria apoio contra o síndico. Hoje haverá reunião. A cara dela murchou quando eu disse que já respondi o e-mail dele e que estou de acordo com o aumento de R$150,00 para R$200,00. Ele quer aumentar o salário dos porteiros em cem reais. Justo. Ela veio cheia de veneno- que vá a reunião e coloque suas dúvidas- eu não irei. Eu lhe disse que estava com pressa, fome, e sai andando. Quero distância deste povinho mesquinho e arrogante.

A outra, que conversava comigo na piscina, estava molhando a grama de costas e assim ficou quando passei- achei ótimo- chega de fingimento. Não foi capaz de vir aqui me dar apoio quando sofri a agressão via e-mail. E olhe que vive na igreja rezando, até na borda da piscina lia livrinhos de reza. Sou muito mais cristã que este povo todo junto- podem crer.

2 comentários:

Anônimo disse...

nem me fale em ônibus Laura, aí no Brasil é uma aflição mesmo, e em SP? uma loucura.
Aqui, não precisa nem falar, vc deve imaginar, são pontuais, os motoristas usam até luvas brancas, um luxo!
e claro, dão mais voltas que se fosse de carro. Mas o preço é justo, cada um paga a sua distância percorrida. Super prático. ficaria aqui escrevendo um texto sobre o transporte público daqui. Acho que são mais elogios que críticas rs.
é isso
bjs
ps podes crer Laura, és muito mais cristã que esse povo
madoka

Vivien Morgato : disse...

Bus e condomínio são duas espécies específicas de inferno na Terra.
Beijos.