sábado, agosto 15, 2009

Até quando aguentarei a hostilidade dos vizinhos?

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Depois de ter sido ameaçada por um vizinho no anonimato, recebi este outro e-mail, que me fez tão mal quanto o outro. É de uma mulher. Como não se sentiu solidária a mim?

----- Original Message -----
From: Teiza
To: Elianne ; "Undisclosed-Recipient:"@smtp.uol.com.br
Sent: Monday, August 03, 2009 1:56 PM
Subject: Res: Um dia vieram e levaram meu vizinho...


Boa tarde, sra. Eliane,

o episódio de sua gata ter desaparecido de sua residencia, a mais de mês, é um fato, que até agora não entendi o porque de achar que temos q/ nos preocupar c/ este desaparecimento na mesma proporção que a senhora. Tendo em vista, que a proprietária do referido animal era a senhora e que deveria ter tomado determinados cuidados para que esse fato não fosse consumado. No entanto, o desaparecimento desse animal só comprova q/ ele percorria "solto" às áreas comuns aos condominos, como também às areas restritas de nossas residencias, infringindo as regras do nosso condominio. As insinuações e acusações expostas por sua pessoa são incabiveis e merecem que sejam transformadas num pedido de desculpas a todos que moramos no condominio Santiago de Compostela, pois somos pessoas possuidoras de intelectuo-psiquico-equilibrado e de corações disponiveis ao amor e ao perdão. (Eu não sou possuidora de...-que frase infeliz!)
sds.
Teiza (casa 13)



Me tocou profundamente a indiferença de todos- nem o síndico se manifestou.
Só um esclarecimento: a gatinha só vivia aqui no jardim e no jardim da casa em frente, nos muros laterais também. É gata operada, criada em apto, não saia daqui de perto. Bastava chamá-la, aparecia, o gato Seinfeld é a mesma coisa, é mais caseiro ainda, ela subia no telhado da canteiro de obras para pegar lagartos, ele não. Talvez os vizinhos a confundam com uma gata que há aqui, vira-latas, não mandarei e-mail falando sobre isto- fui ameaçada- me calaram.

Eu escrevi um e-mail me desculpando, dizendo que lamentava não ter sido clara e também ao fato de por me saberem 'idosa', como foi afirmado, deveria ser respeitado o meu silêncio e não ser agredida.
Resposta de alguém? Nada.
Ah! um e-mail, assinado por Bolão, dizendo: "Aiê...deixe pra lá tudo isto, se aproxime, a única ameaça foi de te apontar como Spam"- deve ser o tal que me ameaçou.

Tudo isto tem me feito um mal enorme, se eu vivesse num país como os EEUU seria indenizada pelo mal que me faz: além de estar deprimida, me tirou toda vontade de ir à piscina, preciso me exercitar para melhorar da fibromialgia e dor de cabeça. A piscina fica no lado oposto do condomínio, em frente à casa das pessoas que suponho são autoras do tal e-mail- um deles assinou.

Eu vou descobrir de onde veio, uma hora eu identifico, esta semana fiquei tão mal que não fui atrás. O delegado daqui disse que não fazem investigação... mas eu vou chegar lá.

Vim morar em Natal com uma visão romântica do nordeste, imaginava um povo cheio de humanidade, um povo simples, com uma cultura que eu respeito.
Qual não foi minha decepção...

Moro numa rua chamada Gandhi, pensei que o espírito do mestre estivesse aqui, não está, me dói demais isto. Não devem nem saber quem foi este tal de Gandhi.

Um pedido, se você discorda de mim, guarde para você seu comentário. Isto é um desabafo de alguém que foi ferido. Se pensa, "ela é uma arrogante!" Não venha mais me ler, por favor.
Pense com seus botões por que te incomodo. Eu não sou arrogante, nunca fui. Gosto de gente não superficial, sou generosa, gosto de dividir minhas historinhas com todos, não para me exibir, mas para que não morram comigo.
Se eu não contar o que sei do Drummond, quando me for ninguém mais saberá que ele era um sacana, por exemplo. Muita gente gosta de saber como ele era.
Gosto de ser solidária e gostaria que também fossem comigo- só isto. Quem me conhece sabe disto.

O e-mail do vizinho. Meu email anterior:

-------Mensagem original-------

De: Elianne
Data: 07/30/09 12:01:50
Para: "Undisclosed-Recipient:,"@smtp.uol.com.br
Assunto: Um dia vieram e levaram meu vizinho...

Um dia vieram e levaram meu vizinho...





"Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu.

Como não sou judeu, não me incomodei.

No dia seguinte vieram e levaram meu outro vizinho que era comunista.

Como não sou comunista, não me incomodei.

No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico.

Como não sou católico, não me incomodei.

No quarto dia, vieram e me levaram;

já não havia mais ninguém para reclamar".

Martin Niemöller – pastor luterano alemão – 1933 (data presumida)




Este texto é sempre atual. Tão bom se todos conseguissem ver o que acontece ao redor...
Mas ignoramos por preconceito, por indiferença, frieza, por não querermos ver- a cegueira inconsciente.
Não percamos a ternura jamais, nem na batalha- já disse o Che, certíssimo.

Desde que a Florzinha desapareceu eu penso nisto. Penso que foi roubada. Como alguém pode ser indiferente ao sentimento do outro?
Vocês precisam ver o gatinho como está quieto, nem come bem, mais, dorme o dia todo. Mia procurando por ela. Triste pensar que
alguém possa tê-la tirado de nós, muita ruindade. Mas,como diz o texto acima, um dia é nosso vizinho, no outro o outro vizinho,
até que pode chegar até nós.
Para nós, hoje, é uma metáfora, uma triste metáfora.

Postado por Diz em 7/30/2009 11:09:00 AM

Um comentário:

Anônimo disse...

Querida Laura,
puxa vida, o mundo tá cheio de gente insensível, desumano...Mas algumas pessoas, como você por exemplo, simplesmente fazem a gente acreditar que um mundo melhor é possível, mais humano, mais doce, mais ético, e mais bonito. Caso contrário, seria insuportável.
Um gde abraço
madoka