sexta-feira, julho 03, 2009

A vida é tão estranha...


Esta foto está ótima, mostra um distanciamento, ele ar pensativo, o cão ao lado... Copiei do site da entrevista.



Ontem eu li aqui que este rapaz morreu, fui ver quem era e lembrei do rosto, de alguma entrevista, não sei onde.
Era amigo de uma amiga virtual muito querida e é muito conhecido. Inagaki deu a dica deste link. Que homem interessante ele era! Realmente uma grande perda.
Fala da loucura, da vida, da morte com uma clareza incrível, eu assinaria embaixo do que ele diz. Fala mal dos psis, tem toda razão, é um meio... conta-se nos dedos gente interessante, não medíocre ali. Leiam a entrevista toda, o link está lá embaixo.

A entrevista com Rodrigo de Souza Leão:

O que é a morte?

Rodrigo – Eu torço para que exista algo além. Gostaria de ver o que as pessoas acham de mim quando eu estivesse morto. Sabe? A reação das pessoas. Para saber se meu melhor amigo iria chorar, se alguma namorada ia lembrar de mim, se meu livro ia vender depois de morto... Por que depois que morre todo escritor vende.

O que é loucura?

Rodrigo – Isso é engraçado. Porque quando se é um louco folclórico, cheio de indumentária e adereços – tipo Bispo do Rosário, Plínio Marcos, Gentileza –, aí ele é bem-vindo. Eu quero acabar com esse folclore porque eu me visto como uma pessoa normal. Não tem como definir loucura. Loucura é uma coisa perigosa de ser definida, por isso as pessoas falam tão pouco. As pessoas têm uma idéia mitificada da loucura, o Michel Foucault falava disso. Definir loucura é não saber como se está no mundo. Não posso crer que só existam loucos como eu, que têm noção do que é a doença. Têm loucos como o Bruno, que são menos capacitados a isso. E também têm os agressivos. Acho que os hospícios não deveriam misturar os loucos. Assim as clínicas se tornam um depósito de gente. Os oligofrênicos deveriam estar separados dos outros loucos. Eu não vou ser mais internado, eu acho. Vou ser internado só no cemitério do Caju. (RISOS).

O que é a vida?

Rodrigo – A vida é excepcional. É o lugar onde tentamos construir sonhos. Vida é algo que foi dado e só você pode tirar, se você se suicidar. Ou Deus, que também pode tirar. Mas nem sei se Deus existe. Eu sou meio revoltado com Deus. Por que eu fui nascer esquizofrênico? Por que eu não nasci mais alto como o fotógrafo (Tomás Rangel). Eu nasci com 1,70. Eu queria 1.85. (RISOS) Ramon também faz parte da família dos ‘gnomídios’. Você deve se achar um anão. (RISOS).

Por que escrever?

Rodrigo – Escrever foi o que me sobrou. De tudo que tive, foi o que me restou a fazer.

Mais aqui.

Pois é, tão estranha esta vida... tsc tsc tsc

4 comentários:

Luiz Vita disse...

Elianne,
Eu não conhecia esse escritor. Vou procurar mais sobre ele.
Beijos
luiz

Andrea disse...

Lindo, lindo, lindo, Laura!
Tb vou escrever sobre ele no meu blog. O Rodrigo era um cara especialíssimo e um escritor maravilhoso.
Tomara que ele esteja em um bom lugar e que finalmente alcance a paz.

bjo querida
andrea

Catharina Castro disse...

chato isso, né? O cara nada tanto pra morrer na praia.

BethS disse...

ele tinha um blog.
http://lowcura.blogspot.com/