domingo, março 01, 2009

Um belo ator-Mateus Nachtergaele



Acabo de ver um trecho, infelizmente perdi metade, da entrevista que Roberto D Ávila fez com Mateus Nachtergaele. Maravilha de rapaz! Fiquei encantada, queria que não terminasse. Ele falava de um filme que se passa na Amazônia, onde um pai e filha, entendi, vivem como marido e mulher, depois que a mãe morre. Ai ele fala da morte, da necessidade de se criar um deus diante do desamparo da perda da mãe, ou de algo maior- Freud chama de sentimento oceânico, este desamparo.

Mais para a frente ele fala da fama, da felicidade. A busca da fama é como se buscássemos no meio da boiada o destaque, pular lá no meio da horda e dizer:
Olha eu aqui múuuuuuuuu

Defende a idéia de que a arte deveria ser democratizada, todos deveriam ter acesso à arte, à criatividade, não serem apenas uma mão de obra barata.
Isto é muito triste. Eu que convivo com os peões da obra aqui ao lado os observo. Vejo que não têm alternativa, nem estudar podem. Dois deles estudam, são uns trinta, os outros nem pensam, suponho. Como trabalhar neste sol escaldante o dia todo e sair de noite para estudar? É um em trinta mil que consegue. O menino- tem vinte anos- que molha minha grama vai estudar este ano, é inteligente e bem disposto. Eu e o porteiro demos força.

Matheus diz que é difícil encontrar paz quando nada de novo acontece, sente um elan-palavra minha- de bem estar com a avó, com a avenca ou um pássaro que ache lindo. Queria saber mais sobre técnicas budistas, encontrar a alegria no cotidiano, com alguém que é feliz fazendo um pano de prato sabendo que aquilo não passa de um pano de prato. Cita Cazuza que dizia que algumas pessoas devem ser felizes como caixas de Banco, talvez por terem desejado muito chegar lá. É verdade.
Enfim, foi uma entrevista deliciosa, ele é um cara antenado e poético. Já o admirava como ator, agora gosto mais.

2 comentários:

Hélio Jorge Cordeiro disse...

Mateus, pra mim, é um ator visceral, obsessivo pelo trabalho de atuar e se a palavra louco não fosse tão forte eu diria que ele é um louco da interpretação.

bjos

Anônimo disse...

Um atorzão!! Faz brincando!! E a arte sim teria que ser de acesso à todos, afinal, é através dela que a sociedade melhor se expressa. Alguns teatros no Rio possuem sessões com preço pela metade, justamente para incentivar as pessoas a frequentar mais o teatro. Pena que na maioria das vezes é durante o período comercial. Boa semana! Beijus