domingo, março 08, 2009

Dia Internacional da Mulher




Ontem convidei amigos para postarem sobre a menina- mulher, em cima da hora, foi mal. Muitos não conseguem improvisar- eu sou boa quando estou com prazo apertado, mas amanheci com a cabeça estourando.

O que faz um adulto desejar uma criança? É pergunta que não se cala. Eu acredito que é algo que vem da história pessoal do sujeito que pratica o ato violento, muitos sofreram abuso sexual. Mas não quero seguir por ai, justificar este gesto tão perverso. OK é perversão.
O que eu queria pensar com vocês é como alguns homens, por serem homens, acham que têm direito sobre o corpo de qualquer mulher. Por que creem poderes sobre nós? Desde as cavernas é assim. Por que ainda é assim?
Eu acredito que esta menina sofreu abuso sexual desde os seis anos de idade porque o tal sujeito, o padrasto, se achava no direito de possuí-la- a mãe não estando, estava ela, mais jovem, carne mais fresca.
Sempre me pergunto por que as mães não percebem as mudanças no comportamento dos filhos. Acredito que seja uma espécie de negação, um véu que nubla a realidade para não precisarem agir- é difícil aceitar o fato, é difícil lidar com o fato. Ou, quem sabe, estão tão envolvidas com o sustento da casa, que mal veem as crianças.
É um drama familiar tocante e assustador. Assusta saber que o percentual é enorme de casos de abuso sexual na própria casa. Quantos sofrem violência praticada pelos próprios pais?

Enfim, o que se pode fazer com isto? Conscientizar mães, pais, esclarecer. Apoiar as vítimas.
Esta menina- mulher, além do abuso sexual, engravidou de gêmeos e sofreu aborto indicado por médicos e aprovado judicialmente. Qualquer mulher sabe o que é um aborto e quanto isto é doloroso. Você não precisa praticá-lo para saber, basta imaginar. É de doer. Imaginem numa menina de nove anos.

Nós, mulheres, somos, em geral, naturalmente passivas, tomar posições adversas, defender pontos de vista contra a maré, é muito difícil.
Reagir ao agressor é ato de valentia pouco visto. Mas precisamos encontrar em nós a guerreira- somos surpreendentemente fortes quando o momento exige. Somos, muitas, sobreviventes, a cada dia matando um boi.
Que a força não esmoreça. Que possamos mudar o mundo para melhor. Afinal somos nós que parimos, que embalamos nossos rebentos. Vamos fazer deles homens melhores, menos machistas, mais sensíveis.

3 comentários:

Anônimo disse...

Ola,
Eu vi seu convite para o post agora, que pena. Tambem achoa pedofilia indefensavel. É para mim um limite, tou fora, nao me interessa por que o sujeito ou nao sujeito é perverso ou deixa de ser.
Li umas coisas especificas sobre a pedofilia sim, mas tb acho que nada justifica o gesto.
O caso da menininha, a safadeza da igreja é uma coisa assustadora. O arcebispo, eu vi ele falando na tv. Da vontade de prender. E imaginar que o arcebispo de Recife e Olinda ja foi Dom Helder, quanta diferença! Na verdade o ser humano e nao apenas o cargo faz toda a diferença por que esse padre podia muito bem ter calado a boca ao inves de se posicionar, se a igreja lhe mandasse calar. Mas excomungar a mae da menina e os medicos e nao o estuprador é baixo demais. Parece ate aquela frase do Maluf,"estupra mas nao mata".
Enfim, é horririzante tudo isso. E a menininha, que dó. E saber que exitem tantas e tantas. Voce viu hoje no Estadao? Os casos de Catanduva? Uma coisa.
Melhor rezar por um mundo melhor. Provavelmente nao num templo catolico.
Bjos,
Cam

Anônimo disse...

Postei hoje, quando vi.

Leila Silva disse...

Eu até vi seu convite antes, mas esse caso é tão horrível que eu ia escrever qualquer coisa besta, sentimental demais.
"Quantos sofrem violência praticada pelos próprios pais?"
Infelizmente parece que é um número enorme de crianças...uma de nossas alunas que trabalha com crianças chegou um dia muito mal e não conseguia assistir aula, na escolinha dele uma das professores tinha descoberto naquele dia que uma meninha de dois anos vinha sendo violentada pelo pai. Quer dizer, ele descobriu sinais no corpo da menina e chamou os médicos, que chamaram a polícia. Dois aninhos...Eu nunca li sobre o caso nos jornais, o pai devia ser rico.
Abraço