O blog e Paris

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Escrevi um post enorme num caderno porque estava lá na borda da piscina. Tenho ido de manhã, escrevo, leio e faço ginástica. Ótimo, estou mais enxuta e moreninha. Bom, escrevi várias historinhas sobre o condomínio e um sobre a blogosfera e eu. Tenho preguiça de copiar. Eu estive a pensar sobre. Houve o tempo das 'grandes amizades' aqui, dos amigos- leitores diários, agora deu uma esvaziada, vem muita gente via Google, afinal são 3 anos, tenho muitas imagens legais e músicas. No início eu circulava mais, visitava Xico Sá, mandava e-mail pro Zé Simão depois de ver o Monkey News. Eles vinham aqui, eram gentis. Amo o Simão. Uma vez eu lhe disse que estava no fundo do poço e ele me animava, fazia rir. Respondeu: "Sabia, Laura, que no fundo do poço tem uma mola?" Eu digo que o amo porque sinto afeto profundo por ele, de verdade, quando o vejo muito magrinho, tenho vontade de dizer: Se cuide, gosto de você.

Há o 'príncipe' que me escreve e é delicioso, também sinto afeto profundo por ele, ontem disse que gosta muito dos meus e-mais e eu fiquei toda prosa. É o homem mais bonito e gentil que conheço, além de saber dizer obrigado, coisa que muitos não sabem fazer. Lembram da piada do cara que transa com a Sharon Stone numa ilha deserta e não tem pra quem contar? eu fico meio assim, com vontade de contar pra todo mundo, pero... a inveja é das roxas, eu sei.

Há o outro, o esquisitão, brigamos, rompemos, não dou mais trela pra ele, mas não nos abandonamos, está sempre presente, de longe, mas ali.

Enfim, as visitas mudaram, alguns amigos fiéis estão em algum lugar, não muito distante, mas pouco vêm aqui. Há as surpresas agradáveis como a que tive ontem.

O blog cresceu, mudou. Não esqueço do dia que eu falei de sexo num post e contei pro Simão que 17 pessoas leram e não comentaram hihihi Eu tinha tido 17 visitas naquele dia, hoje tenho quase 300. Mas ficava mais feliz naquela época, quando a tribo era conhecida, comentava tudo. É só vocês conferirem nos posts de 2005.

Não foi só o blog que mudou, eu mudei por dentro e no espaço geográfico. Sou mais feliz na casa. O apertamento(com E mesmo) me irritava demais. Aqui há sempre o que fazer, mas faço com prazer. Ouço jazz, que é minha música preferida, lavo o carro, penduro roupas no varal- tudo com bom humor. Eu digo sempre que Natal é ótima para morar, é só ter grana para viajar todos os anos. Ulalá, eu quero voltar à Paris, Lisboa, conhecer Roma, ir à Amsterdã, ver as galerias de arte, existem centenas lá.

Hoje visitei Jo, minha amiga querida, aquela do acidente, vocês sabem, ela me diz sempre: Você vai gostar de Firenze, é a cidade que eu mais gosto. Hoje ela disse que precisava comprar uma planta, morreram durante sua estada na Itália recentente- eu cheguei com um vaso de crisântemos lindos, amarelos- ela adorou.

Queria poder viver como o Juarez Machado*. Quando estive com ele agora em Paris, me disse: "Existem 3 cidades no mundo para se viver: Rio, Paris e Veneza", ele disse mais, mas se eu colocar aqui me apedrejam que nem a Geni. Conversando com Daiany concordamos com ele, é pedante dizer isto, pode ser, mas para quem vive atrás do belo, sob este ponto de vista, ele está certo. Ele realizou isto: vive entre Paris e Rio, também morou em Veneza. Chegou lá, tenho admiração por quem alcança seus sonhos.

Talvez se eu tivesse escolhido o caminho das artes tivesse chegado antes em Paris, com certeza. Escolhi outro caminho, não menos árduo, mas não me arrependo, amo o que faço. E, voilà, Paris está bem mais perto agora. Sério, estou na ponta do Brasil hohoho Não gostou? feche a página e não volte.

* Ele me deu dois livros, um com imagens de quadros que fez de Veneza. Fez duas dedicatórias lindas, precisaria de tempo para escanear, não tenho, há outras coisas mais importantes. Numa delas ele brinca com as palavras sempre e amizade, depois vou ver. Estou escrevendo deitada no chão da varanda escura, pegando um ventinho fresco, ouvindo grilos.