domingo, novembro 16, 2008
Celulares e cigarros- Amor sem pudor
Comecei a ler este artigo e não consegui parar. Não o conhecia, deve ser excelente escritor. Sinto o mesm oque ele, detesto ouvir conversas alheias. "Eu te amo" não deve ser banalizado desta forma, concordo. Ah! Um 'eu te amo' deve ser dito em voz baixa, ao pé do ouvido- mesmo para amigos e filhos, não se diz à toa. Eu digo muito para meus filhos que os amo, mas quando dou um abraço, um beijo, não ao telefone, no meio do trânsito.
A análise que ele faz do comportamento pós 11 de setembro faz sentido.
E as cartas, o relacionamento dos pais, é tão parecido com o dos meus pais... da mesma geração, os meus casaram em 45, também no pós guerra. Tenho cartinhas, meu pai dizia que a amava nas cartas e ela diz que nunca disse, nossa história se parece. Por isso coloquei aqui, acho que todos deveriam ler, é uma crítica, mas faz uma boa análise também.
Eu detesto gente que não larga um celular, pode ser que um dia acostume, mas ainda tenho ojeriza a quem vive gritando no celular ao meu lado.
Ele coloca muito bem que o celular substituiu o cigarro.
Leiam abaixo e me digam o que acham.
Copiei do Caderno MAIS!, Folha de S. Paulo, 16/11/08
Amor sem pudor
Principal nome da nova geração de escritores norte-americanos, Jonathan Franzen descreve como o uso do celular modificou o espaço público e criou novas formas de sensibilidade
JONATHAN FRANZEN
Um dos grandes fatores irritantes da tecnologia moderna é que, quando alguma novidade tecnológica faz minha vida ficar sensivelmente pior e continua a encontrar maneiras novas e diferentes de me causar problemas, sou autorizado a me queixar dela por apenas um ano ou dois, antes que os marqueteiros do "cool" comecem a me mandar parar com isso -vovô, a vida hoje em dia é assim mesmo!
Não sou contra as novidades tecnológicas. A secretária eletrônica digital e a identificação do número de telefone de quem liga para você -que, juntas, acabaram com a tirania do telefone tocando- me parecem ser duas das invenções realmente importantes do final do século 20.
E como amo meu BlackBerry, que me permite responder a e-mails longos e indesejados com algumas linhas telegráficas ofegantes pelas quais, mesmo assim, o destinatário é obrigado a sentir-se grato, já que as escrevi com meus polegares. A privacidade, para mim, não quer dizer manter minha vida pessoal escondida de outras pessoas.
Os avanços tecnológicos com os quais tenho problema são os insultos que continuam a insultar, as dores do passado que continuam a provocar dor.
A TV dos aeroportos, por exemplo: parece que é assistida ativamente por não mais que 1 viajante em cada 10 (a não ser que estejam exibindo futebol), mas incomoda ativamente os outros nove.
Ano após ano, em um aeroporto após o outro, ela é responsável por uma diminuição ...
Mais aqui.
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