sexta-feira, agosto 08, 2008

O blog está morrendo?







Estes dias eu li em algum lugar algo sobre blogs. Onde foi? Ah! foi no frankamente.

Lucia Franka citou um jornalista da Folha. Parece que tudo esta lá na Folha. Aliás, a Franka está no 'Morar bem', merecidamente. Mas, voltando aos blogs. É literatura? É diário? É o quê?
Para mim não interessa esta discussão. Já disse lá na Franka. Desde que nasci leio que o teatro está morrendo; o cinema morreria com o advento da TV, com os vídeos cassetes; os jornais e livros com a Internet, e por ai vai.
Dizer que blogs são moribundos é coisa de gente que não conhece o mundo virtual. Ou quer espalhar o boato de que estamos em coma.

Escrevo há 3 anos aqui. Tenho visitas diárias significantes, mais de 1900 páginas por semana. Mais de 211,924(copiei lá no sitemeter)desde não sei que mês de 2005-demorei para colocar o medidor. Não faço divulgação, não sei puxar saco, escrevo para mim e os gatos pingados que comentam- os mais generosos- abstraio os mudinhos e os que vêm pelo Google, senão não conseguiria ser espontânea.

Textos de blogs, os posts, devem ser espontâneos, disse a Lucia Franka, concordo plenamente. Alguns vieram aqui e disseram que meu blog é interessante mas tem alguns errinhos de português. Tem sim, eu escrevo e publico, não consigo ler mais de 2 vezes o post, não vejo os erros, só mais tarde- e é cansativo ficar voltando para ler. Quem me conhece sabe que eu adoro quando me corrigem, agradeço. Podem corrigir nos comments ou por email, tanto faz. Quem gosta também que corrijam é outra blogueira amiga, a Marina W. também escreve e publica, por isso o blog dela é tão gostoso.

Mudam os leitores? Yes. Algumas pessoas sumiram, um dia voltam, ou não. Tenho saudades de alguns amigos virtuais, traz estranheza, mas é assim, fazer o quê? Alguns ficam amigos cúmplices- ex: Franka. Eu a leio desde que fiz meu blog, ela vem de vez em quando, somos irmãs virtuais. Quando fui à Sampa a conheci, gostei mais ainda, fomos ao teatro ver “Os Satyros”.

Por que estou saindo do foco? Por que escrevo assim, fazendo associações, é bom para minha saúde mental.
Escrevo porque preciso escrever, e não estou copiando Clarice porque é chic, não, é porque eu estaria péssima se não escrevesse. O blog me salvou, já disse isto muitas vezes.

Acabo de falar com Raduan Nassar, vocês já sabem que ele deixou de escrever, nega-se a. Eu o respeito, é um fazendeiro hoje, gosta do mato. Cultiva soja etc e tal. Por que não quer escrever mais? Sou psicanalista, mas acho um desrespeito tentar interpretá-lo. Gosto dele e ponto. O que já escreveu é um presente para todos, curte quem tem sensibilidade.

Hoje li num blog um comentário de meu amigo Gustavo, coloco aqui para vocês lerem. Ele fala do fato do pessoal daqui me ignorar. Ai ai ...
Pois é, alguns aspectos pessoais têm me doído bastante e Gustavo disse num email que faz parte do escritor. Estou falando da tristeza pelo estar tão só. Eu gosto e preciso ficar só, mas a aridez... Algo estranho me acontece aqui.
O que há de errado comigo?
O isolamento é culpa minha?

O comentário do Gustavo lá no outro blog é este:

Sobre blogs e outros que tais
O Brasileiro não tem tradição de debate, talvez seja muito passional para isso. Em Natal, vira logo ABC X América. Em São Paulo, Coríntians X Palmeiras, como disse Piza. A blogosfera é a nova Babel, cada qual fala a sua língua e "descobrir quem evolui em caráter e linguagem" é a nova arqueologia, parafraseando Levino. Acho que nós jornalistas temos um mal danado: falamos e lemos muito uns aos outros. Esquecemos às vezes que não estamos com essa bola toda. Vou dar um exemplo simples: temos em Natal um dos blogs mais lidos do país, com quase meio milhão de acessos, é o www.lauravive.blogspot.com/ , da psicanalista e escritora Elianne Diz de Abreu. Elianne conheceu Drummond, Nava, Lispector, conhece Raduan, Calligaris, um monte de gente bacana. Carioca, escolheu Natal para viver com os filhos. Mas quem dá bola pra ela aí? Falei com uma amiga jornalista sobre a Elianne, e ela disse que o blog Lauravive não merecia atenção. Veja só que doidera! Como assim? Sei que não é só audiência, mas qualidade, diversidade e caráter, claro. Uma vez Elianne me disse: "Que diabos tem esta cidade? Que ela não consagra eu já sei, mas parece mesmo é cultivar o contrário". Ainda bem que Elianne não precisou da cidade para obter o seu reconhecimento nacional.


Gustavo de Castro
Data: 28/07/2008 -

Gustavo é um poeta, um homem especial, por afeto exagerou ai, não conheci Clarice pessoalmente, nem Nava- só através do Drummond, ele fez confusão porque contei aqui que Drummond se aproximou mais de mim quando Nava se matou.

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