quarta-feira, julho 02, 2008

Não era sono...


Saudades dele, tão natural esta foto

Tentei dormir esta tarde. Não consegui. Não era sono que eu tinha, era angústia, tristeza, além de pressão baixa- 9 por 5. A tristeza baixa a pressão? ou é vice-versa(ou vice- verso?)?

Lembrei Drummond, num dos nossos encontros pelas ruas de Ipanema, de mãos dadas comigo, ele disse:
"Não faria psicanálise, poderia acabar com minha angústia. Como poderia escrever?"

Enfim, Gustavo, também poeta, outro dia quando me queixei de isolamento, disse que isto faz parte da vida do escritor, "não tem saída para quem vive a alma da escritura".
Nem eu sei se sou escritora, nem os outros, aqui no real, me tratam como tal.

Hoje passei o dia rodeada pelo filho mais novo, aos dezoitos anos, de férias, quer sair, agitar. O telefone não pára de tocar, não há um canto na casa, que é pequena, onde eu possa ter silêncio. Ele é um filho maravilhoso, mas é um adolescente... Agora saiu, foram jogar boliche.

Maitê conta no livro que não a respeitam quando está escrevendo, comigo é o mesmo. A gente tem que estar sempre disponível.
A faxineira vem o tempo todo dizer algo, os filhos idem.
- A água está acabando. Precisa ligar pedindo.
- Por que vocês não ligam?
- Não sei o número!"
- Ora, está na agenda, é só procurar.
Ok, é porque acabo fazendo, devia deixá-los sem água um dia, ai iriam providenciar. ´
E o papel higiênico? Deve haver uma fadinha que repõe. São estas coisas invisíveis que não são reconhecidas.
Estes dias se queixavam da comida- sem graça, disseram. O pai, meu ex, é cozinheiro fantástico, o mehor que conheço. Eu respondi que eles podem muito bem aprender a cozinhar. O pai ama cozinhar. Eu não gosto de ficar na cozinha, vocês devem saber, Quero fazer outras coisas. Aqui tem o agravante de não se encontrar verduras e legumes como no Rio. Agora que chove sem parar, inundou tudo, não encontrarei nem alface no mercado.
Chega, cansei de mim mesma.

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