sábado, abril 05, 2008
Crônicas de Manuel Bandeira
O autor pernambucano em foto sem data:
"Não tenho dinheiro nem paciência nem gosto para me editar a mim próprio".
Sinto exatamente o mesmo, engraçado, achei alguém que pensa como eu. Acho que Clarice também era assim, não tenho certeza, que não queria ser escritora profissional, isto eu sei. Eu idem. Como ser escritor profissional? Escrever sob encomenda? Até dá, pero...
"Nascer com vocação de pintor em Pajeú de Flores deve ser um tormento tão duro quanto viver desempregado em Niterói e apaixonar-se por Greta Garbo."
(crônica de 1928)
"Quem chega de Paris, espera-se que venha cheio de Paris. Entretanto, Villa-Lobos chegou de lá cheio de Villa-Lobos."
(crônica de 1924)
"Passa um lindo rapaz que a assistência aclama de miss Brasil."
(crônica de 1929)
Está na Folha.
O livro de crônicas deve ser excelente- ele escrevia muito bem, melhor que muito cronista atual que se pavoneia por ai. Não é?
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3 comentários:
Acho que vc não entendeu o que ele falou. MB não quis dizer que queria ficar inédito, mas apenas que não tinha paciência nem dinheiro para ser seu próprio editor. Ou seja: preferia ser um escritor profissional, com um editor que se responsabilizava por isso. O mesmo vale para a Clarice - que não se dispôs a virar editora (tarefa de guerreiro ninja num país de baixa leitura como o Brasil) e escrevia por encomenda. E pare de citar Clarice pra tudo - isso virou um lugar-comum... Hoje em dia qualquer um cita Clarice - o que nos faz pensar se o mundo ficou melhor com o acesso à obra de Clarice...
Infelizmente a rede permite que pessoas pretensiosas se considerem conhecedoras o suficiente para fazer critica e se adonar de escritores como fossem de sua propriedade.
Pobres incautos, como o comentarista acima,vitimas da cultura de almanaque e de informações apressadas obtidas no Google.
Seus textos emocionam sempre, encantam leitores , isso é o bastante.
@sulains
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