quinta-feira, janeiro 24, 2008
E a vida continua...
Outro dia, depois do post "Caminante no hay camino" , algumas pessoas me escreveram. Este email é de um amigo querido. Fomos vizinhos no Rio, é paulista. Conta a história da mãe. Ele é muito amoroso comigo, me faz muito bem quando escreve. Eu o amo. Sabem que eu o reencontrei aqui, via google, depois de anos sem notícias? Pois é, o bom da internet.
Vale a pena vocês lerem. Um barato! Daria um filme. Eu a conheci, era muito bonita e chic.
O segundo email é de um amigo virtual que conheci, mora aqui. É um homem sensível, inteligente e nos encontros é muito reservado, tímido. Depois escreveu isto. Fiquei lisongeada.
Outra amiga conta que os filhos estão indo embora para estudar: uma para Buenos Aires, os outros dois para Minas. E ela, que é arquiteta, pensa em fazer outro curso, estudar também. Acho que nossa saida é por ai mesmo. Estudar. Viajar, quem pode, nem todos podem não é? E quando se está depressivo até ir à esquina é difícil. O jeito é não deprimir.
Leiam o email do meu querido amigo paulista:
Subject: RE: "Caminante no hay camino"...
Oieee Lilica Pilica
Lendo este belo texto que você me mandou comecei e relembrar um pouco do meu passado (arrrggghhh) e confesso que fui um péssimo filho.
Saia e voltava tarde, borracho, viajava e não dava notícias, desaparecia, morava fora e quase não telefonava, etc., etc., etc..
Mas não é essa a história que quero te contar não.
Mamãe foi uma mãe e esposa abnegada, extremamente feliz no seu casamento.
Quando meu pai morreu ela estava com 51 anos e bem bonita.
Durante uns três anos ela ficou na cama em um quarto escuro e eu acabei perdendo o meu pai e minha mãe ...
Após este período ela despertou e começou a viajar incessantemente, ficando às vezes 6, 7 meses fora do Brasil, que conheceu e amava do Oiapoque ao Chuí.
Viajou o mundo todo, acampou no Sinai, viajou de Iquitos a Manaus de barcaça, viu baleias no Alasca, sol da meia noite na Suécia, nadou no Pacífico no Havaí, Costa Rica, México, Polinésia, atravessou o Atacama, foi a Machu Pichu, Vietnã, Tibet, Índia, África, Austrália, Nova Zelândia, etc., etc., isso tudo SOZINHA, sem estar em excursões.
Nos fim de semana que não tinha nada a fazer ia ao salão de beleza e fazia cabelo, maquiagem, etc., se arrumava toda, ia a uma igreja próxima e começava a assistir os casamentos.
Na saída sempre vinha um bom samaritano e perguntava se ela tinha carona para a festa.
Pronto, tava no papo, segundo ela ...
Ia para a festa, era a que mais comia, bebia, dançava, se divertia, trocava telefones, endereços, etc., e o divertido é que os parentes da noiva achavam que ela era parente do noivo e vice versa.
Sem contar que quando falhava ia a um hotel, se hospedava e fazia um City Tour por São Paulo.
Tinha um cafofo na Praia de Guarujá que não levava ninguém, era SEU canto.
rsrsrsrsrsrsrsrs
Era Voluntária no Hospital das Clínicas, trabalhava na Igreja, cuidava de mães e crianças carentes, fazia roupinhas de bonecas e arrumava brinquedos para o Natal das crianças pobres, sempre estava buscando uma atividade fora de casa, etc., etc., etc.
Mantinha um estreito laço com seus parentes da França, se correspondendo de vez em quando.
Tinha inúmeras amigas e nunca mais quis ter um companheiro.
Isso tudo para exemplificar...
Sei lá, acho que ela na realidade mudou o centro de sua vida, invertendo o processo e em vez de viver em função dos outros, se tornou no centro dela mesmo, fazendo a sua própria vida...
Beijo GRANDÃO.
E.
O outro amigo fez um post depois de termos nos encontrado ao acaso no Centro de Natal, perto do meu consultório. Caminhamos um pouco, vimos o mar do alto daquele lugar onde vejo a lua cheia, a lua ainda não estava lá, entardecia.
laura, a água na taça, sua sede de viver.
impassível. sua mágoa lenta, invade as ruas tranqüilas do bairro.
laura revisita suas origens. confiar pra quê ? pergunta-se laura.
a réstia do sol poente filtra na copa da grande árvore. grande é a fome de laura.
a vida ,laura,também é grande, apesar de tudo"
( tertu )
PS: já me disseram que casamentos e enterros são ótimos para arranjar namorados, sabiam?
Eu acho que as pessoas neste momento, estão mais sensíveis e menos defendidas, talvez seja por isso. E, a maioria de vocês já sabem, eu conheci o meu ex no enterro do Drummond, já contei mais de uma vez aqui. Viu?
Pena que eu não goste nem de enterros nem de casamentos :)
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