quarta-feira, novembro 07, 2007

"E que nem é direito ninguém recusar"...


Deu no UOL:
O vulcão Kelud, no leste da ilha indonésia de Java,* entrou em erupção na madrugada de ontem, após quase três semanas de alerta máximo pelo aumento de sua atividade.

E este?
Acabo de ler que Java tem 38 vulcões. Uauuuuuu Por isso acontece tudo lá, desastres ecológicos um atrás do outro.

Esta foto é maravilhosa, já havia colocado aqui, está em algum lugar.

Vulcões me fascinam e assustam. Acho que tudo que nos fascina assusta, não é?
Homens que me fascinam me assustam. É como se um desejo suicida me tomasse. Paixões são sempre suicidas- nos jogamos como num abismo. Por isso tantos têm medo de se abrir para o amor, ou paixão.
É assustador, dá arrepios, medos, fogo pelas entranhas.
Será que eu consigo viver sem isto?
Vivi uns anos assim, adormecida, quem sabe consigo de novo- vou tentar.
Ouça aqui e me diga se não tem a ver com vulcões.

Lembram do filme?
Eu me arrepio quando vejo.

E da letra?

O que será (À flor da pele)

Chico Buarque/1976

O que será que me dá
Que me bole por dentro, será que me dá
Que brota à flor da pele, será que me dá
E que me sobe às faces e me faz corar
E que me salta aos olhos a me atraiçoar
E que me aperta o peito e me faz confessar
O que não tem mais jeito de dissimular
E que nem é direito ninguém recusar
E que me faz mendigo, me faz suplicar
O que não tem medida, nem nunca terá
O que não tem remédio, nem nunca terá
O que não tem receita

O que será que será
Que dá dentro da gente e que não devia
Que desacata a gente, que é revelia
Que é feito uma aguardente que não sacia
Que é feito estar doente de uma folia
Que nem dez mandamentos vão conciliar
Nem todos os ungüentos vão aliviar
Nem todos os quebrantos, toda alquimia
Que nem todos os santos, será que será
O que não tem descanso, nem nunca terá
O que não tem cansaço, nem nunca terá
O que não tem limite

O que será que me dá
Que me queima por dentro, será que me dá
Que me perturba o sono, será que me dá
Que todos os tremores me vêm agitar
Que todos os ardores me vêm atiçar
Que todos os suores me vêm encharcar
Que todos os meus nervos estão a rogar
Que todos os meus órgãos estão a clamar
E uma aflição medonha me faz implorar
O que não tem vergonha, nem nunca terá
O que não tem governo, nem nunca terá
O que não tem juízo

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