segunda-feira, maio 24, 2010

A lua se esconde/sem revisão




Descia a rampa da garagem do prédio dele, vinha atenta naquele labirinto estreito. Uma angústia a invadiu. Por que o desejo de chorar? Cheira o braço, ainda o cheiro dele.
Por que a dor?
"Eu te amo, Luigi", disse. Ele a olhou e beijou seus lábios com ternura, sem paixão.
Haviam acabado de fazer amor, ela precisava dizer: "Eu te amo". Agora, as palavras ressoam nela, qual faca- esburacam seu peito.
Ele não disse que a amava, nunca disse. Prometeu amor à outra, ela sabe. Então, por que o buraco? Respira fundo.
Na rua busca a lua entre os prédios altos e frios. A lua se esconde.
Senta no primeiro bar, decente, que encontra.
"Dose dupla, garçom".

Nenhum comentário: