terça-feira, maio 15, 2007
Espelho. Quem eu sou?
Li estes dias um conto maravilhoso de Machado de Assis, eu li alguns livros dele, alguns contos, faz tempo. Tudo virou vaga lembrança. Em mim muitas coisas viraram vagas lembranças. Não sei se é o tempo, a idade, ou porque outras coisas passaram a ser mais relevantes, não sei...prefiro acreditar que não é a memória que se vai, mas que eu deixei de guardar tudo obsessivamente, como fazia.
Aqui vocês lêem o conto "O espelho".
Guimarães Rosa tem um conto"O espelho" também muito interessante. Gostei mais do conto de Machado, questão de gosto. Aqui vocês lêem o do Rosa. Internet é uma beleza nestas horas, temos acesso na hora a textos como estes, jóias da nossa literatura.
E Borges, todos sabem, a medida que ia ficando cego- ficou cego aos 50 anos- gostava cada vez mais de espelhos, da magia a perplexidade diante do espelho.
"O cristal nos espreita. Se entre as quatro
Paredes do aposento há um espelho,
Não estou só. Há outro. Há o reflexo
Que arma na aurora um sigiloso teatro". Borges, 1987.
"Uma de minhas insistentes súplicas a Deus e ao meu anjo da guarda era não sonhar com espelhos. Sei que os vigiava com inquietação. Algumas vezes, receei que começassem a divergir da realidade; outras, ver meu rosto neles desfigurado por adversidades estranhas. Soube que esse temor está, outra vez, prodigiosamente no mundo". Jorge Luis Borges.
Leiam aqui.
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