segunda-feira, novembro 20, 2006
Mini conto. Quase amargo.
Quase amargo
Viu os olhos dele a fulminarem quando disse:
- Não mudo uma vírgula na minha vida por você.
Lança afiada no coração. Por uns segundos pensou como viveria sem ele.
Mas o amor dela é tanto que supre o dele. “Homem maduro, coração duro”.
Foi até a cozinha, fez o café como ele gosta, quase amargo. Ao oferecer a xícara seus olhos eram frios. Deixou que tomasse o café, aproximou-se, beijou seus lábios até adocicarem e ele a tomar nos braços.
Dali ela o amaria mais densa que nunca - teve os segundos de luto - beijaria aquele corpo religiosamente até ele lhe oferecer o gozo em jorros e entrega.
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