sexta-feira, setembro 01, 2006

'A estética da morte'.



















Desenho de Flávio de Carvalho. Vejam aqui no Guga no dia 25 de julho ele fez um trabalho com slides ótimo. Chama-se 'Trágicas'.




Ouvindo Maria Callas, entrem aqui e escolham.

Ontem eu assisti um 'Café Filosófico' aqui de Natal, na livraria Poty do Orla Sul, o tema era "A estética da morte" com a Angela Almeida*. Foi bastante interessante, ela fala do mito da Caetana, morte em forma de onça, macho/ fêmea, Ariano Suassuna nos traz a Caetana em seus textos, as senhoras excelências que encomendam a morte, vejam aqui e aqui.
Fala em Egdar Morin, do duplo, achei algo aqui.
Traz o escritor Ronaldo Correia de Brito em contos sobre a morte.
E assim segue, falando do canto das beatas, cruzes nas beiras das estradas, das cores dos caixões comum no sertão.
É impossível repetir estas palestras, resumos de teses, como foi o caso desta professora. Foi interessante, no final ela fechou muito bem com um áudio-visual com a voz de Maria Callas- melhor não poderia ser- com uma série de fotos que traziam de alguma forma a morte desde a renascença até os dias atuais com artistas como Flávio de Carvalho que pintou a mãe em agonia, não apenas desenhando, representando a morte, mas a morte ali na sua face nua, em total despojamento. Não deixem de ver o trabalho em slides de Guga.
Eu fiquei muito comovida com tudo, me comover é bastante fácil, pero não tiro o mérito da moça.

Estes encontros lembram saraus, eles se conhecem da universidade, são professores, ontem havia um português que foi apresentado com amigo, disse um poema de florbela espanca, sobre a morte, diz que a morte é a solução(ela foi até o fim- matou-se.
Eu me sinto estrangeira entre eles, mas como diz Camus, os estrangeiros e os atores/artistas estão salvos da morte, sou as duas coisas :) então...
Quanto tempo será que leva alguém a não se sentir estrangeiro em sua própria terra? na sua própria lingua? Nunca pensei sentir isto no nordeste brasileiro.
Meus caros, tenho tantos amigos aqui no mundo virtual que vivem fora de suas terras de origem, no estrangeiro, mesmo, acho que nunca nos sentiremos incluídos- sinto isto, o olhar é para um outro que não eu, uma estrangeira. Só reforça o estar só no mundo, e há como não se sentir assim?

Cheguei em casa e telefonei para uma querida amiga do Rio, e me senti menos só. 'C'est lá vie', não é?

*2004- Título de Doutor em Ciências Sociais-Área de concentração: Cultura e Sociedade.Orientadora: Maria da Conceição de Almeida.
Título da Tese: Estética do Sertão. UFRN.

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