sexta-feira, agosto 25, 2006

Camus e o meu dia diferente do dia à dia.
















Eu estou pensando em como a gente pode sair dos blogs e fazer ações menos virtuais, vocês me dêem idéias.
Ando pensando naquele projeto engavetado, não está pronto, precisa fazer a parte chata, quanto vai precisar disto e daquilo, o custo. Teria que ter alguém para fazer isto. Tenho uma amiga em S. Pedro d' Aldeia que fez projetos sozinha, é bióloga, eu sou incapaz, não sei ficar na frente de uma tabela, não entendo de nada disto. Margarida levou até o fim, batalhou, hoje tem um projeto que funciona na área de cultivo de produtos marinhos, é uma Escola também, não sei detalhes. Tenho admiração por ela, eu acompanhei o fazer, não foi fácil, não é fácil, há muito jogo político, estas coisas.
Quem sabe consigo gente aqui que queira entrar neste projeto e saia do papel, eu estava desacreditada, mas vocês me animaram, é uma idéia, estou começando a achar que quem sabe pode dar certo. Há que ter muito trabalho, buscar gente séria- existem muitos oportunistas que visam só ganhar algo com estes projetos sociais.


Ontem passei a tarde com meu filhote de 16 anos num Shopping comprando roupas para ele, cresceu muito estava sem roupas, está numa fase 'metaleiro', só preto, anel de caveira, estas coisas, mas o espírito é leve, felizmente, é de uma sensibilidade extraordinário- eu acho que se ele for bem aproveitado será um grande homem, eu fiz e faço a minha parte, mas nem sempre o que a mãe deseja é o que será, muitas vezes vão contra, não é? Bom, ele tem talentos vários para arte, música, é incrível, mas não gosta de estudar... nada, está no final do curso fundamental, acho que é inteligente demais e não agüenta as aulas por serem desinteressantes, a maioria da garotada não gosta de estudar, agora está no inglês e gostando, precisa gostar do professor, é muito ligado na relação com o mestre.
Voltei cansada, mas fui assistir o "Café filosófico" daqui de Natal, fica a cinco minutos de minha casa, é muito fácil chegar e tem um café delicioso gelado lá.
A palestra era "A ausência de sentido em Camus" com o Prof. Dr. Markus Figueira da UFRN. Depois descobri que é de Macaé, tem todo jeito de carioca, descontraído, cabelo liso grande, mesmo sendo de Macaé, parece carioca, deve ter sido o tempo que passou no Rio.
Gostei de saber um pouco mais sobre Camus, já havia lido, mas esqueço rápido, gostei de saber o porquê eu gostar dos livros dele, li apenas 3, pretendo ler mais. Tudo que o Markus disse de Camus bate com o que eu penso. No absurdo da vida, na falta de sentido de tudo isto, a vida é o fazer diário, tal Sísifo, não há nada atrás disto tudo a não ser viver. A sauvação é viver com arte "A alegria absoluta é a criação" Nietzsche, ele gostava de Nietzsche, eu também. :)
A ator( aquele que faz arte) e o estrangeiros são os que recriam a vida se reinventando, são os sábios absurdos.
Bom, vão ler Camus, que é um escritor maravilhoso. Morreu aos 46 anos numa situação absurda, foram viajar, a família- mulher, filhos- foi de trem e ele foi com o editor dos livros dele de carro, os outros chegaram vivos, ele ficou no caminho num acidente onde todos sobreviveram, menos ele- deixou um livro inacabado.

«Os tristes têm duas razões para o ser: ignoram ou esperam»

Eu não posso repetir o que ele disse, seria temerário :), mas não acredito que haja nada além, nada de místico nisto tudo, apenas um dia após o outro.
Por isso é preciso viver bem o aqui e agora.
Quando escolhi esta foto não sabia o porquê, dai lembrei que Camus era solar amava o sol- eu também- nasceu em Argélia. Contam que ele veio ao Brasil e ciceroneado por Oswald de Andrade foi para São Paulo, achou horrível a cidade e pediu que o levassem ao Rio, queria ver o sol, o mar. Então a imagem tem tudo a ver.

Depois da palestra fui com minha nova amiga, M. e o marido filósofo ao restaurante japonês que tem aqui perto, uma delícia, adoro, comeria lá quase todos os dias se meu bolso permitisse.
Foi um dia super legal.
Além do mais vocês continuam respondendo e cheios de elogios, eu ouço os elogios, mas não bate em mim com orgulho, eu fiz muito pouco, é sério, só chamei-os, as vozes de todos juntos é que deram uma dimensão maior, mas não basta isto, podem crer, precisamos fazer muitooooooooooooooooooooooo mais. Vamos fazer?

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