sexta-feira, janeiro 06, 2006

A vida como ela é. Estranha.

Há coisas que me tocam que doem.
Há uma amiga nossa, aqui do mundo virtual, que vive uma história que me comove muito. Ela faz companhia para o marido, que ela ama muito, enquanto ele espera um orgão para fazer transplante. Destaquei que " ama muito" porque muitos casais já não se amam muito, não é? É tudo muito comovente e bonito, eu me derreto todas as vezes que a leio. Eu a vejo num quarto de um apart hotel aguardando, procurando tranqüilizar o marido, lendo, fazendo comidinhas leves, dando umas voltinhas por ali.
É preciso esperar. Outro dia disse que no fim de ano poderia acontecer o transplante, aí a gente pensa que alguém precisa morrer, alguém saudável para que o marido da amiga viva melhor e mais. Que vida estranha esta.

No dia primeiro quando falei de 2005 e esqueci de uma coisa muito importante que aconteceu, eu fiz uma nova amiga aqui depois de 3 anos em Natal, é uma pessoa que eu gosto muito, temos afinidades, mas ela vai embora morar no Japão, morro de pena, mas fazer o quê? Não se acostuma com o ritmo lento daqui, morava perto de Tóquio e o marido está lá, logo...ele é nissei, ela não, é do interior de S. Paulo. Veio ao Brasil também para que o filho, japonês, que está entrando na adolescência aprendesse português com mais facilidade, lá ele estava com dificuldades.
Tenho outra amiga que eu fiz logo que cheguei, mas não vejo nunca, todas as duas são muito interessantes e como eu vivem sós com seus filhos, coisa que acontece demais atualmente, não é? Todas somos mulheres inquietas, que gostam de mudar, curiosas. Pat, a que conheci primeiro, já viveu em muitos lugares, desde Cuba até Noruega, o ex marido é alemão trabalha na Shell e o pai era diplomata e médico, ela foi menininha para Cuba e viveu 13 anos lá, é uma figura muito interessante, tem dois filhos da idade dos meus, estavam mais ligados, agora se afastaram um pouco, mas se gostam os meninos. Aquele encontro emocionante que presenciei outro dia foi dela com uma amiga do pai, as duas choraram, foi muito bonito."Um dia muito especial", eu acho que foi o título que dei.

Pois é, a amiga que ganhei vai embora, está só esperando os papeis que virão do Japão. :(
Ah, a vida...

E mudando de assunto, ontem lembrei de Florinda Bulcão , depois virou Bolkan, que fregüentava o Pizzaiolo lá na rua Vinicius de Moraes, no tempo que ainda era rua Montenegro, era tão melhor...O bar era fregüentado por muitos artistas Bethânia puxava o cordão, depois virou bar de entendidas, eu na década de 70, antes de virar aquela festa dos gays fregüentei muito com o meu namorado A., um portuguesinho muito educado e bonito, que faz anos hoje, talvez esteja saudosa hihihi minha mãe vive dizendo:" Devia ter casado com ele, eu gosto tanto dele..." eu respondo:"Também gosto, mas não seriamos felizes, eu implico com ele". Ele é detalhista, eu o atropelo. Bons tempos.
Florinda era linda, morava na Europa e vinha ao Brasil de vez em quando, é cearense, tinha uma casa na Joatinga, no Rio. Ela andava com uma "entourage",havia um italiano, Lorenzo Ripolli, lindo, era amigo de uns amigos
meus, saíamos juntos.


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