Estes dias têm sido estranhos, parados, eu não gosto. No final do ano eu estive muito ansiosa, depois passou a inquietação, como se alguma coisa estivesse fora do lugar e agora tivesse se encaixado. Acho que sei o que foi, mas é intimo :)
Também na última semana tive algumas surpresas agradáveis que vieram confirmar afetos, amizades fortes, isto foi bom.
Meu amigo do Caribe me ligou na virada do ano, eu já disse aqui o quanto gosto dele, não precisamos reafirmarmos nosso afeto, mas é bom saber que está bem e feliz lá com a espanhola dele, trabalhando- é arquiteto- construindo, fico feliz.
O outro amigo importante e querido que está fazendo quimioterapia me escreveu, está em recuperação, me afligia não ter notícias dele, me deu certa paz, está bem cuidado.
O amigo escritor que eu mais admiro me ligou, é difícil ele ligar, é tímido.
Apareceu um gatinho* na minha vida, isto parece bobagem, mas não é, porque eu detestava gatos, aliás nem olhava para eles, e este me conquistou, está aqui do lado enroladinho, é uma graça, tem olhos azuis clarinhos, na foto não dá para ver, não sei usar a máquina direito, coloco assim mesmo aqui. Quando eu entrava num blog e via um gato fechava logo, mas continuo achando umas figuras que existem por aí umas chatas por falarem demais em gatos.
Entrei ontem no blog da Marina W. e vi uma foto de Edu Lobo, rapazinho, com Duda Cavalcanti e, sorry, Marina, eu lembrei que eu era apaixonada por Edu nesta época dos festivais, daquele programa de músicas que havia, eles tinham que dizer que música era, Caetano acertava todas. Edu freqüentava Cabo Frio, tinham casa lá, e um dia eu fui apresentada a ele e fiquei sentada do seu lado na boate do Club do Canal, mas não consegui dizer nada, eu acho, era só emoção. Duda Cavalcanti vivia em Paris, fotografada por famosos, freqüentava no Rio o atelier do Wagner- que era nosso amigo- ele fazia roupas de couro que eram um sucesso - o que Frank e Amaury fazem hoje (quem morreu? Amaury ou Frank? afinal no que deu aquele crime?)
O atelier ficava ao lado do Teatro Ipanema onde vivíamos assistindo as peças até enjoar, "Hoje é dia de Rock" vimos 7 vezes (muitos jovens faziam isto) "A China é azul" de Wilker com o próprio, não sei quantas, tinha um cenário lindo de Luiz Carlos Ripper(que fim deu?), "O Asdrúbal trouxe o trombone" acho que vi menos, gostei menos, mas era muito divertido. O atelier era freqüentado por Torquato Neto, Flamarion, artista plástico, que fazia arte conceitual, como o Hélio Oiticica e a gente não entendia nada, víamos as exposições do Hélio, as tendas, era divertido, entrávamos dentro, ele enchia uns sacos com areia espalhava pelas galerias, Flamarion fez uma embarcação de corda que colocou no mar de Ipanema, vimos afundar. Depois foi morar em Paris tocar percussão com Hermeto Pascoal, casou com uma francesa, que ficou minha amiga. Hoje ele mora no Rio, ela em Paris.
Tinha o Marc Berkowitz , fotógrafo famoso, que era amigo do Fernando B., meu ex, e que Wagner imitava igualzinho e ríamos às gargalhadas, bom tempo...
Wagner depois com o Leny Dale, bailarino, e outros, formou o grupo Dzi Croquetes, que era divertidíssimo, eles eram engraçados demais, se vestiam de mulher, eram gays assumidos, a maioria de fora do Rio, interior de São Paulo, Minas, mas não eram transexuais com andei lendo por aí, eram homens gays que se vestiam de mulher no show, não no dia à dia. Tinha o Zé, que era aqui do norte, acho que Amazonas. Wagner, morreu anos mais tarde com um tiro, fugia de bandidos que assaltavam sua casa, num sitio fora do Rio, não morreu de Aids, como supõe neste artigo o Mario Prata, que era figurinha fácil no Luna Bar naquela época, este texto achei preconceituoso, tem um jeito de escrever que eu não gosto, leiam aqui. "As bichas saíram correndo", não gostei. Eles eram extremamente talentosos, simpáticos, trabalhadores- faziam coisas lindas. A Galeria Alasca era uma festa, havia uma boate gay no primeiro andar, fui algumas vezes com amigos, era muito animada, lá do lado da praia havia uma restaurante famoso pelas casquinhas de siri, todo mundo freqüentava no fim da noite, era animadíssimo. Bons tempos...
*O gato maior- numa foto de 2008
2 comentários:
Cara Diz,
gostei demais de teu blog; diferente de tudo que frequento na web.
Cheguei nele digitando no google: Dzi Croquetes. Fazia tempo que pensava fazer isso pq sempre lembro deles e tinha muita vontade de saber notícias do Wagner Ribeiro... agora fiquei triste sabendo que morreu. Eu não sabia, embora imaginasse. Uma pessoa sensível e talentosa como ele não desapareceria da mídia assim, tão radicalmente.
Eu tive verdadeira paixão por ele, algo quase inexplicável. Assisti ao espetáculo 14 vezes em S.Paulo e uma vez no Rio, justamente na estréia. Tanto aqui como no Rio ganhei a atenção do Wagner na hora que ele ofertava uma flor...
Nunca conversamos, eu era muito tímida e por isso nunca me aproximei.
Voltarei aqui outras vezes, gostamos dos mesmos filmes e livros e quero ver direito seu blog.
Obrigada pelo Wagner, vou pensar nele e ver se encontro fotos por aí...
abração, dalva
Amei esse post, eu vivi toda essa época e essa pessoas,me deliciei com o Dizs e o Lennie Daile VIVIA NA MINHA CASA NA BARRA.
Quando aprontava suas loucuras ,nós ligavamos para a Beth Faria que era muito amifga dele e despachavamos o Luco Delicioso para outras praias.
Conta Mais.
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