terça-feira, janeiro 24, 2006

Mini conto. Belinha e o sargento.( Arquivo)














Vilmos Perlrott-Csaba




Belinha era solteira e de bela não tinha nada, não que fosse feia, mas era sem graça, pequenina, cabelos armados em excesso pelos cachos negros, um buço que teimava em não tirar.
A mãe um dia foi uma mulher bonita, ainda guarda traços no rosto que lembram a jovem que fora - um nariz reto, olhos muito negros e grandes, tem um andar elegante, coisa que Belinha não tem.
Conheceu o Sargento no Coral da Igreja, ele nordestino, galante, tem uma postura firme que o torna atraente, másculo, faz sucesso com as mulheres.

Assim que o viu Belinha passou a ter sonhos eróticos que a faziam corar quando ele se aproximava, ele percebeu que a perturbava, gostava disto, gostava de vê-la por perto, frescor e sexo à flor da pele.
Chamou-a para conhecer sua casa, foi com a mãe, eram inseparáveis.
A casa simples, casa de homem sozinho, precisava de cuidados, logo as duas assumiram a arrumação. Todos os sábados enquanto a filha cuidava dos quartos a mãe lavava a roupa e cozinhava. Belinha acabava rápido a lida doméstica e se deitava na rede com o Sargento, aproveitando que a mãe estava ocupada nas panelas, ele tomava a mão de Belinha e colocava no seu sexo rijo. Estava ali a espera, impaciente, desde que ela chegou-ele coordenava os movimentos, apertava aquela mão pequenina no seu pênis grande e duro, ela gemia de desejo, contorcia-se na rede.
Um dia o telefone tocou, ele rapidamente foi para fora de casa falar, Belinha o seguiu, pé ante pé, ouviu que falava com uma mulher com intimidade. Descobriu ali que ele tinha mulher e filhos à quilômetros de distância.
Ofendida Belinha conta aos prantos para a mãe, nunca mais quer vê-lo, diz soluçando. A mãe argumenta:
- É homem são todos iguais, vai acabar velha e sozinha como eu, ele precisa de uma mulher que cuide dele.
Belinha chora todos os dias ao lembrar do sonho perdido da noite de núpcias quando aquele pênis belo e conhecido tiraria sua virgindade. Mas não cede, tem brio, está ofendida.
Sábado acordou mais tarde, na mesa um bilhete da mãe:
“Fui lavar as roupas do Sargento, tem comida no fogão”.

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