Dona Josefa conta como se mantém como prostituta aos 83 anos
*Bruno Barreto
*Da Redação
"O Mossoroense"
Uma das notícias que mais chamaram a atenção esta semana na área
policial foi a morte do aposentado João Agostinho de Santana, 70, que
veio a óbito durante ato sexual com a aposentada e prostituta Josefa
Paula da Silva, 83.
O fato despertou a curiosidade de centenas de pessoas que ficaram
interessados em saber como uma mulher dessa idade pode se manter por
tanto tempo em uma profissão na qual a forma física é considerada
importante.
Aposentada como autônoma, dona Josefa falou que o dinheiro ganho na
prostituição é usado para complementar o benefício. "Com a aposentadoria
que a gente ganha fica complicado sobreviver, aí faço os programas para
completar a minha renda, cobro uns dez reais para meus clientes", relatou.
Dona Josefa conta que se mantém nessa função há 60 anos e que nunca se
casou: "Tive três filhos e com 23 anos de idade entrei na vida para
fugir do pai deles e me mantive porque gosto, dá prazer, ganho dinheiro
e por isso nunca quis casar", explica.
A experiente prostituta conta como chegou em Mossoró há 40 anos, oriunda
de Santarém (PA). "Desembarquei primeiro em Fortaleza com uma amiga, aí
ela me falou que em Mossoró era muito bom, então decidi vir, gostei, fui
ficando e estou aqui até hoje", lembrou.
Chegando em Mossoró, ela conta que conheceu logo o Alto do Louvor, que
naquela época vivia o auge como área de prostituição. "Eu e minha amiga
descobrimos logo o Copacabana (considerada a maior casa de prostituição
de Mossoró na época) e fomos para lá onde vários políticos e pessoas
conhecidas da sociedade freqüentavam", disse.
Hoje o local é um ambiente decadente, mas dona Josefa ainda mantém a sua
clientela fiel e garante que até jovens vêm à sua casa procurá-la. "A
maior parte é gente velha, mas tem muito garotão aparecendo por aqui, aí
eu pergunto: com tanta moça nova por aí, o que vocês querem com uma
velha? Aí eles respondem que é porque são as velhas que fazem melhor",
relata aos risos.
*Entrevista/dona Josefa*
OM - Como a senhora se mantém nesse ramo há tanto tempo?
DJ - Olha, estou nisso há tanto tempo primeiro porque gosto; segundo,
porque ainda sinto prazer em fazer sexo e para isso não tem idade.
OM - A senhora trabalhou nesse ramo em uma época em que a Aids não era
temida e em outra em que a doença virou motivo de preocupação, como é
lidar com isso?
DJ - Isso é conversa do povo, se você se prevenir não vai pegar doença
nenhuma, tudo depende do cuidado.
OM - Com 83 anos como a senhora consegue ainda cativar seus clientes?
DJ - Nem sei explicar porque esse pessoal ainda me procura, mas uma
coisa eu garanto: não vou atrás, não faço ponto em esquina, fico em casa
e eles vêm atrás de mim. Quase todos são velhos vindo atrás de diversão,
e eu proporciono isso a eles.
OM - Sobre o caso do senhor que morreu na cama com a senhora, como ficou
a sua cabeça?
DJ - Nem dormi direito essa noite, porque fiquei meio assustada com tudo
que aconteceu, pensei que nem fosse mais conseguir fazer, mas depois que
me levantei tenho certeza de que só deixo essa vida quando morrer.
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