Chagall, maravilhoso. 

Sonhei com uma ex professora que me detestava e eu a ela, não era na verdade minha professora, era a coordenadora do departamento de Psicologia da PUC, durante os anos que cursei a faculdade, aliás, todas as moças a detestavam era uma mulher do Oriente Médio, muito feia, tinha um nariz estranho enorme, vivia com olheiras, cara de infeliz. Uma vez foi extremamente grosseira comigo numa das minhas fases depressivas, sai da faculdade chorando. Mais tarde tive que cruzar com ela na sociedade de psicanálise, mal nos cumprimentávamos. Quando fui apresentar um trabalho ela era uma das figuras da mesa, fiz em cima de um livro do Raduan, ela do meu lado, apresentei, parecia tudo bem, quando foi a vez dela falar eu me virei e perguntei se havia lido o livro, respondeu:” não li, nem tive vontade de ler”. Eu na hora saquei que ia querer me arrasar, ali ela não conseguiu porque colegas e professores defenderam meu trabalho, mas sai arrasada, viajei de volta para Cabo Frio, onde estavam meus filhos, chorando a viagem toda. Eu vivia um momento muito difícil, acabara de me separar e voltava a estudar psicanálise, durante os anos dos meninos muito pequenos não conseguia, vivia exausta, não tinha família perto, era um sufoco, um dia eu conto as peripécias das babás e empregadas, dá um livro.
Foi o poder destrutivo das palavras dela. Mulheres têm este poder de minar, destruir, muitas vezes sem levantar a voz. Sofri isto na infância, não quero falar aqui hoje.
No sonho ela sorria para mim, toda simpática, eu estranhava mas gostava. Acredito, como já disse aqui que os sonhos nos libertam, tomara, Aleluia!
Tive um outro sonho onde um jovem me seduzia, diria um sonho pré erótico, mas este não vou contar, hehehe

Ontem esqueci de colocar a letra da música "Estrada do sertão" que a Maria Carmem Barbosa citou no final da entrevista, quando a Gabi pede umas palavras, a letra toda eu peguei para colocar aqui, é ótima, leiam, é de Hermínio Bello de Carvalho e João Pernambucano. Infelizmente não sei colocar os links para música, hoje tentei, não consegui ouvir, mas a letra para mim basta. É uma delicia. Como já viram eu apenas me viro aqui como posso.:)

Estrada do sertão

(João Pernambuco e Hermínio Bello de Carvalho)


Coisa que não arrenego
nem tão pouco desapega
ter gostado de você
foi gostar desenchavido
encruado e recolhido
de ninguém se aperceber

Matutando vou na estrada
nos meus óios a passarada
faz um ninho pra você
juriti espreita triste
a jandaia não resiste
chora junto por você

Nos teus óios faz clarão
é um verde, um azulão
tiê sangue furta cor
que me dá desassossego
que me suga que nem morcego,
mangando que é beija-flor

Não me encrespe a vida assim
já me basta o que de mim essa vida caçoou
não me faz essa graçola
de me abrir essa gaiola
pra depois não me prender.

Canta firme juriti
vê se entoa uma canção
sabiá me roça aqui
bem junto do meu coração
pousa aqui meu colibri
vê se tu tem pena d´eu
quero ser teu bacuri
quero ser de vóis meçê

Quanto mais me desfeiteia,
me despreza, mais me arrasto pra você.