Os amantes.

Um belo casal. 

Ontem foi um domingo diferente, choveu o dia todo, coisa rara nesta terra do sol, passamos o dia em casa. Hoje amanheceu um belo dia de sol, ainda não me acostumei com o tempo daqui, lá no Rio eu sabia se a chuva ia durar tantos dias- conhecia os ventos, sabia quando era frente fria.
Vi um filme delicioso na TV, “Woman of the Year (1942), de George Stevens, traduzido aqui como “A mulher do dia”(?), ontem passou como “Uma mulher muito importante”, estas traduções são engraçadas. Outro dia li sobre isto e diziam que os tradutores brasileiros interpretam os filmes e dão um titulo de acordo com a interpretação pessoal do sujeito, muito peculiar... O filme é com Katharine Hepburn e Spencer Tracy, ela lindíssima, elegantérrima, faz uma jornalista famosa, apaixona-se por ele, também jornalista, mas não quer abrir mão de sua vida profissional, o trabalho é mais importante. Ele acaba ficando de fora, sente-se excluído, vai embora, mas ela vai atrás dizendo que quer ser sua mulher, cuidará dele como todas as mulheres, ficará à espera dele, viverá em função dele. Tem uma cena muito engraçada, meio pastelão, onde ela tenta fazer o breakfast dele- não sabia nem abrir o fogão. Ele diz que não a quer, mas comovido e enamorado diz que a ama como ela é. Happy end.
O que eu queria destacar é que o filme é de 1942 e traz o feminismo à tona, ela Katharine deve ter adorado fazê-lo, foi uma mulher à frente do seu tempo, nasceu no inicio do século passado e viveu como quis, pelo menos é o que nos passam. Não dava bola para a sociedade, não imitava as outras atrizes da época, era famosa por usar quase sempre calças compridas. O filme mostra de forma leve- é uma comédia- o conflito da personagem entre ser uma boa esposa e uma boa profissional. Aqui tem inicio o longo e bonito romance entre os dois, ele era casado e nunca deixou a mulher- o catolicismo não permitia- foram amantes até o fim. É muito bom vê-los juntos ainda mais sabendo que o afeto é verdadeiro, que o olhar não é encenado, adorei o filmezinho. Katharine dizia que se casamento fosse bom não precisaria de contrato. De acordo.

Bom dia para você.