sexta-feira, junho 17, 2005

O blog e eu

Tecendo o espaço.

O texto de ontem estava pronto, hoje quero pensar alto.
Sinto que o blog está me mobilizando muito, tive sonhos importantes sobre afeto e desafeto, e a minha cabeça fervilha de idéias como há muito não acontecia.
O Inagaki, que é meu leitor, diz que pensar enlouquece, pensar demais enlouquece sim, o que seria a loucura senão um turbilhão de pensamentos desconexos que te assolam? Trabalhei em hospitais psiquiátricos e vi pessoas incríveis lá, completamente loucas-uso esta palavra porque não a considero pejorativa e, sim, a que melhor cabe aqui- pessoas inteligentíssimas. Adoro um hospital psiquiátrico, psicóticos são interessantíssimos e transparentes. Ah, e diante deles você se torna transparente, tente enganar um psicótico e veja se consegue, duvido! Transparência é algo fundamental na minha vida.
Quando coloquei as minhas preferências musicais no inicio do blog, esqueci o João Bosco, Freud explica, eu conheci o Bosco quando éramos muito jovens, sei lá, devíamos ter uns 17 /18 anos , estávamos nas Dunas do Arraial do Cabo, passeando, eu num grupo de meninas, ele num grupo de rapazes, estavam com ele, Chico Scliar, Lucas e Vavá, estes últimos eu nunca mais vi, Chico é meu amigo .
Bosco, que naquela altura ainda não tinha gravado nenhum disco,se interessou por mim e ficávamos juntos, num namorico que não passou de alguns beijos, mais tarde nos encontramos no Rio, ele havia gravado um pequeno disco que tinha uma música que falava de um minarete, eu ouvi muito esta música, do outro lado havia uma música de Tom, se não me engano, “Águas de março”. Ele ficou famoso, eu assistia todos os shows, ouve um no Teatro dos 4 onde Elis cantou: ” caía a tarde sobre o viaduto e o bêbado vestindo luto me lembrou Carlitos"... Inesquecível! eu sou apaixonada pela Elis, foi uma das mortes que mais me chocou. (Acabo de ler no jornal que hoje seria aniversário dela, faria 60 anos, coincidência...) João Bosco não me dá muita bola , mas é lógico que eu adorava os recitais de violão que ele dava para nós lá em casa, mas não foi uma pessoa que me tirasse do prumo, e o mesmo ele diria de mim. Ouvi muito os discos dele, atualmente não ouço, mas o considero maravilhoso violonista e músico, tem músicas que gosto muito. Gosto de saber que aquele menino de Ponte Nova está encantando o mundo com seu violão, e agora o filho trilha o seu caminho, vida longa ao João.
Outro que não coloquei nas minhas preferências Drummond, quem me conhece deve ter estranhado, mas é outra longa história e eu vou contar outro dia.
Que viva Elis Regina! Em mim continua viva e me comovendo com sua voz brilhante. Elis não vai morrer nunca.
Vou parar nas lembranças aqui, senão canso vocês.
Bom dia a todos!

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